Exposições e oficinas mostraram a importância do solo para o cotidiano

O Museu de Solos do Brasil (MSB) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) realizou exposições e atividades durante todos os dias da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), além de visitas guiadas pelo espaço. Localizado no câmpus de Seropédica, o Museu tem como missão difundir o conhecimento sobre a ciência do solo e promover a valorização e o uso sustentável desse recurso natural.
Quem visitou o MSB pôde conhecer parte de seu acervo, formado por amostras de solos brasileiros e monólitos (recortes volumétricos de solo mantidos em sua condição natural), quadros pintados com tintas preparadas a partir de diferentes tipos de solo, além de obras de arte de países como Argentina, México, Peru, Chile e Tailândia, que de forma direta ou indireta têm origem no solo.
O Museu de Solos também esteve presente no Museu Casa do Reitor, o Centro de Memória da UFRRJ, durante a SNCT, com uma exposição itinerante de parte de seu acervo.
A professora do Departamento de Solos do Instituto de Agronomia e curadora do Museu, Clarice de Oliveira, contou que, para a SNCT, foi montada uma exposição que relaciona o solo com elementos do cotidiano. Alimentos e seus derivados, roupas e calçados e itens da construção civil foram expostos com lembretes como “Do solo nasce a vida que dá origem a cada ingrediente do refrigerante”, “Do solo nasce a fibra que veste o mundo” e “Toda moradia começa no solo”.
Segundo Clarice, o objetivo foi mostrar a presença constante do solo em nossa vida. “Fizemos um paralelo entre o uso do solo para moradia entre os animais e o ser humano, com o ninho do João-de-barro e uma casa de pau a pique [casa feita de barro]”, explicou a professora.
Galeria de Imagens:




Além disso, oficinas em que os visitantes criaram pinturas com tintas feitas de solo, interagiram com a biodiversidade do solo e montaram seu próprio modelo de perfil de solo proporcionaram momentos de aprendizado lúdico.
O bolsista do MSB e aluno de Licenciatura em Ciências Agrícolas, Rodrigo Malta, destacou a importância dessas atividades como espaço de troca e reflexão. “Sempre acrescenta mais ao Museu ter um ambiente de diálogo. Nós não somos como uma aula expositiva em que um fala e o outro apenas escuta. Cada pessoa traz consigo uma vivência própria, e isso pode enriquecer até mesmo as nossas explicações”, afirmou o estudante.
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Neste ano, a SNCT teve como tema nacional “Planeta Água: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território”. Responsável por cobrir 71% do planeta, o oceano desempenha papel essencial no equilíbrio da Terra. E é por meio do ciclo da água, que envolve evaporação, condensação, precipitação e escoamento, que se percebe também a importância do solo nesse processo.
De forma resumida, a água que evapora do oceano e da transpiração das plantas condensa-se e forma nuvens. Quando chove, parte dessa água infiltra-se no solo e pode atingir o lençol freático, um reservatório fundamental para a recarga de rios, lagos e oceanos.
A professora Clarice de Oliveira explica que o solo atua não apenas como um reservatório, mas também como um purificador natural da água. “O solo funciona como um filtro. A água cai da atmosfera, penetra no solo e chega ao lençol freático limpa, e é daí que a gente retira a água que consome. Portanto, ele não é só um reservatório, mas também um purificador. A quantidade e a qualidade da água que usamos estão diretamente ligadas aos solos”, afirmou. Preservar o solo, portanto, é essencial para manter o ciclo da água, regular o clima, conservar os oceanos e garantir o acesso à água potável.
O Museu de Solos do Brasil da UFRRJ segue aberto à visitação. Para mais informações sobre horários e agendamentos, acesse a página no Instagram @msb.ufrrj.
Acompanhe a cobertura da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no site: https://snct.im.ufrrj.br/
Serviço
Museu de Solos do Brasil (MSB)
Localização – Câmpus Seropédica da UFRRJ: https://maps.app.goo.gl/k5iT98wGgqPZMg9F9
E-mail: museusolos@ufrrj.br
Instagram: @msb.ufrrj
Texto e fotos: Ana Clara Tavares, bolsista de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ).
Edição: Michelle Carneiro, jornalista da CCS/UFRRJ.