Dos dias 25 a 27 de outubro, o Programa de Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras) realizou minicursos, palestras, apresentações e diversas outras atividades durante o VI Seminário de Línguas e o IV Seminário de Dissertações em Andamento, no câmpus Seropédica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Entre eles, os minicursos Transitar outros movimentos para anti-invisibilidades nos processos de ensino da leitura, Gamificação e objetos de aprendizagem no ensino da ortografia e Abordagem da variação linguística em sala de aula para além das propostas dos livros didáticos. Apesar do programa de mestrado ter o foco nos profissionais de ensino, graduandos da Rural lotaram todas as atividades dos seminários. Yasmin Barbosa está no início do curso de graduação em Letras e diz ter gostado bastante dos minicursos. “Achei muito legal a iniciativa do ProfLetras de trazer os minicursos para podermos debater, discutir e fazer dinâmicas sobre temas que não vemos durante a graduação”, conta.
O ProfLetras é um programa de Mestrado Profissional em Letras, sediado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e que atua em outras 42 instituições públicas de ensino superior por todas as regiões do Brasil, incluindo a UFRRJ. Presencial e em vigor desde 2013, só na UFRRJ o curso já formou mais de duzentos mestres. Seu foco é a capacitação de professores de Língua Portuguesa que atuam na Educação Básica, buscando melhorar a qualidade do ensino público no país.
Nacionalmente, o ProfLetras é coordenado pela professora Maria da Penha Casado Alves (UFRN) e sua adjunta, professora Luiza Helena Oliveira da Silva (UFNT). Na região Sudeste, a representante é a professora doutora Ana Crélia Dias (UFRJ). Na UFRRJ, o programa é coordenado pela professora Marli Hermenegilda Pereira, com o professor Gilson Freire como vice-coordenador.
De acordo com Marli Pereira, o programa é extremamente importante para a educação pública brasileira porque fomenta a reflexão sobre a prática docente. “Ele [o ProfLetras] tem um papel social muito relevante na Baixada Fluminense e no seu entorno por ter sido o primeiro programa de pós-graduação na área de Letras a atender professores da região. Acredito que o investimento na formação continuada do docente da rede pública, mesmo que ainda tenha um alcance pequeno, possa contribuir para melhorar essa realidade”, explica.
Durante o minicurso Transitar outros movimentos para anti-invisibilidades nos processos de ensino da leitura, ministrado pelas professoras Maria do Rosário Roxo (UFRRJ) e Josiane Bastos de Souza (SME-RJ e SEMED- Nova Iguaçu), o tema em destaque foi a relação ensino-aprendizagem e sua ligação com as invisibilidades sociais. Nas palavras da professora Maria do Rosário: “Quando a gente busca o cuidado de si, a gente também cuida do outro, e vice-versa”. A intenção do minicurso foi apresentar os seres “invisíveis” como importantes elementos dentro da leitura e do processo de ensino como um todo.
Já no minicurso Gamificação e objetos de aprendizagem no ensino da ortografia, ministrado pelas professoras Tania Mikaela (UFRRJ) e Priscila Paula Silva de Martins, o principal tema abordado foi a gamificação como uma estratégia para tornar o conteúdo apresentado em sala de aula mais atrativo para os alunos. Além dele, o minicurso Abordagem da variação linguística em sala de aula para além das propostas dos livros didáticos, ministrado pelo professor Gilson Costa Freire, elaborou uma discussão sobre o privilégio dado à norma culta e a desvalorização das variações linguísticas no ensino da Língua Portuguesa.
Além dos minicursos, o encerramento desta edição dos seminários contou com um momento cultural, organizado pela professora Claudia Barbieri (UFRRJ). O tema Resistirmos, a que será que se destina? relembrou o tema geral do evento Caminhos Possíveis para o Ensino de Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica Pós-pandemia. O momento contou com a leitura dramatizada de cartas escritas por crianças sobre a pandemia de Covid-19, além de crônica de Chico Buarque, crônica de Rubem Braga e um parágrafo de sintetização. “A gente montou os textos com muito carinho, sempre lembrando como foi esse momento [pandemia] para todo mundo. Teve muita sensibilidade em todos os momentos, a gente sempre lembrou que foram experiências diferentes para todo mundo”, diz a aluna Max Gomez, que participou da organização do momento cultural.
Ao todo, o evento contou com seis minicursos e 53 apresentações de dissertações em andamento. Todas as atividades disponibilizadas pelo ProfLetras foram abertas ao público universitário e externo. Para mais informações sobre o programa e o evento, acesse: https://instagram.com/profletras_ufrrj?igshid=MzMyNGUyNmU2YQ==
Texto e fotos por Yasmin Alves e Isabela Soares sob a supervisão da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ).