A UFRRJ registra e soma a sua solidariedade às mensagens de várias instituições de apoio e sensibilização às famílias do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, brutalmente assassinados neste mês de junho, enquanto atuavam em suas profissões para a defesa dos povos da Terra Indígena Vale do Javari, na Amazônia Brasileira.
Nossa inquietação se estende também aos que se encontram ameaçados por pessoas e organizações criminosas, que atuam livremente na caça e na pesca ilegais, no narcotráfico e na exploração de reservas minerais na Amazônia, afetando as comunidades e os povos indígenas de toda a região, que é a maior floresta tropical do mundo.
O ato criminoso que ceifou as vidas de Bruno e Dom precisa ser investigado, para além dos indiciados, mas principalmente em relação aos que se beneficiam dessas operações criminosas. Bruno e Dom não eram aventureiros. Pelo contrário, ambos conheciam muito bem a região e por ela lutavam com as armas que possuíam: a ciência, a educação e a comunicação.
A pilhagem da Amazônia, em nome do lucro fácil de uma minoria, nutre-se do desmonte de algumas instituições públicas, que têm deixado de cumprir as funções legais para as quais foram criadas.
Nossa deferência e pesar pela imensa perda de Beatriz Matos (esposa do indigenista), Alessandra Sampaio (esposa de Dom), seus filhos, familiares, amigos e colegas, e aos povos da Terra Indígena Vale do Javari, que perderam dois de seus grandes defensores.
Nosso comprometimento com a luta e com a esperança de um país socialmente mais justo, democrático e ambientalmente responsável.