Evento reúne pró-reitores e pesquisadores para discutir sustentabilidade, inovação e o papel da universidade pública diante das crises ambientais e científicas do país

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) abriu, na manhã de 10 de novembro, a 12ª Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) e a 6ª Reunião Anual de Iniciação e Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (RAIDTec), evento organizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação. A cerimônia, realizada no Auditório Hilton Sales, no Pavilhão Central (P1) do câmpus Seropédica, foi conduzida pelo coordenador de Pesquisa, professor Tiago Badre Marino, e reuniu dezenas de estudantes, docentes e gestores.
O tema deste ano “Justiça climática por um mundo sustentável, justo e equitativo” norteou os discursos de abertura, que ressaltaram o compromisso da universidade com a integração entre ensino, pesquisa e extensão. A mesa de abertura contou com a presença do reitor em exercício, professor César Augusto Da Ros, do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor José Luis Luque, da pró-reitora de Graduação, professora Miliane Moreira, pró-reitora de Extensão, professora Maria Ivone Barbosa, e da coordenadora geral do evento, professora Daniela Cosentino.
Em seu discurso, o reitor em exercício César Da Ros destacou a retomada da vitalidade acadêmica da universidade após o período pandêmico e elogiou a integração entre as pró-reitorias. “É motivo de orgulho ver a Rural retomando com vigor seus eventos presenciais, com a comunidade engajada e discutindo temas fundamentais para o futuro do planeta”, disse. Ele ressaltou a importância da justiça climática como tema central do encontro, apontando os impactos do modelo de desenvolvimento industrial e agropecuário sobre o meio ambiente e a necessidade de repensar as políticas globais.
A professora Miliane Moreira, pró-reitora de Graduação, ao falar sobre a importância do evento, destacou que a universidade mantém suas ações e seu compromisso formativo mesmo diante dos desafios no financiamento da pesquisa e da educação pública. E, na sequência, a pró-reitora de Extensão Maria Ivone Barbosa reforçou o papel da extensão universitária na aproximação entre ciência e sociedade e ressaltou que a pauta ambiental não deve se restringir a relatórios e indicadores, mas inspirar mudanças concretas nas práticas acadêmicas e produtivas.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, José Luis Luque, apresentou dados que evidenciam o crescimento e a consolidação da Iniciação Científica na UFRRJ. Em 2025, foram submetidos mais de 1.000 trabalhos e cerca de 500 estudantes, orientadores e colaboradores estiveram envolvidos em ações de iniciação científica e tecnológica. “Esses números expressam o compromisso institucional com a formação de novos pesquisadores e com uma ciência voltada para a transformação social”, afirmou. Ele também destacou que esses resultados são fruto do trabalho integrado entre docentes, estudantes, programas e pró-reitorias, e que o tema desta edição reforça o papel da universidade pública como espaço de debate crítico e produção de conhecimento voltado aos desafios do país.
A coordenadora Daniela Cosentino encerrou a mesa emocionada ao ver o auditório lotado. Ela apresentou a nova identidade visual do evento, que une as marcas da RAIC e da RAIDTec sob o símbolo de um girassol, em referência à justiça climática. “Esse tema atravessa todas as áreas do conhecimento e dialoga com os grandes debates mundiais, como a COP30. A universidade precisa ser parte ativa nessa construção”, pontuou.
A programação segue ao longo da semana com apresentações de trabalhos, mesas temáticas e palestras sobre sustentabilidade, inovação e políticas climáticas. A palestra de abertura foi ministrada pela advogada e pesquisadora Monique Fonseca Melo Frota, especialista em governança climática e políticas ambientais, que abordou o tema “Justiça ambiental: o desafio da reversão das desigualdades no Brasil”.









Texto e fotos: Jonathan Monteiro, jornalista e bolsista de jornalismo da PROPPG/CCS.