Por João Henrique Oliveira (texto) e Cleiton Bezerra (fotos e vídeo)
O nome do evento não deixa dúvidas. Ao propor um ‘ITR Sem Cercas’, os professores do Instituto Três Rios buscaram a integração com a comunidade local. Realizado em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o encontro reuniu docentes e estudantes do câmpus, que apresentaram seus projetos de ensino, pesquisa e extensão em dois locais: internamente, através de palestras no Auditório, e externamente, em cartazes colocados do lado de fora da cerca que delimita o terreno do Instituto.
O ‘ITR Sem Cercas’ apresentou projetos desenvolvidos no câmpus Três Rios da UFRRJ
“Pensei nesse evento por conta do momento pelo qual estamos passando no país”, explicou a professora Michaele Alvim Azevedo (Gestão Ambiental), coordenadora do ‘ITR Sem Cercas’. “A ciência não está sendo vista com a devida importância. As pessoas não percebem que a universidade faz pesquisa, ensino e extensão. Então, quis trazer a população para aqui dentro, para ver nosso trabalho: as pesquisas idealizadas por cada um dos professores e a relevância para a comunidade externa.”
No Auditório do Instituto, 12 docentes de três cursos – Gestão Ambiental, Direito e Administração – expuseram seus projetos para uma plateia formada, em sua maioria, por estudantes de Educação Básica de colégios do município.
Profa. Michaele Alvim (à dir.): “Quis trazer a população para aqui dentro, para ver nosso trabalho”
Um dos palestrantes foi o professor do curso de Direito Verlan Gaspar Neto, que apresentou o trabalho “Arqueologia e educação patrimonial na Zona da Mata/MG”. Antropólogo formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Neto mostrou projeto interdisciplinar que desenvolve, há quase 20 anos, em 13 municípios da Zona da Mata mineira, região vizinha a Três Rios. Por meio de parceria com as comunidades locais, o professor e sua equipe já atenderam 48 escolas e cerca de 3.500 alunos.
“Nosso objetivo é divulgar a ciência para o grande público, resgatando a memória local”, disse o docente, que destacou a colaboração da sociedade. “As próprias crianças nos indicaram sítios arqueológicos. Alguns disseram frases como: ‘Minha mãe encontrou um crânio’, ‘Encontrei esse machado’ ou ‘Minha bisavó foi pega no laço’ – ou seja: provavelmente, ela foi capturada para servir como escrava no passado.”
Alunos engajados
Além dos professores, o ‘ITR Sem Cercas’ contou com o auxílio de estudantes de Gestão Ambiental. Gisely Salvado Ribeiro, do 5° período do curso, foi uma das monitoras do evento. Moradora de Três Rios, a discente tem uma relação forte com o câmpus: ela foi aluna de Administração, primeiro curso criado no Instituto. Contudo, devido ao trabalho, precisou abandonar a graduação. Posteriormente, conseguiu “organizar a vida”, como ela disse, e retomou os estudos.
Cartazes colocados do lado de fora do Instituto apresentam pesquisas do ITR para a população
Quanto à integração com a comunidade, Gisely conta que esse movimento vem ganhando força pouco a pouco: “A população vê o ITR como algo importante, mas ainda não participa muito. E é justamente isso que a gente está tentando buscar, abrindo as portas da universidade. Nesse evento, a gente fez divulgação em escolas públicas e particulares, para trazer o jovem para aqui dentro. Para ele sentir o ambiente e ter a ambição de entrar aqui um dia. Acho que a gente está conseguindo atrair esse público.”
E, de acordo com a professora Michaele Azevedo, um dos objetivos foi exatamente este: trazer estudantes que querem fazer o Enem, mas ainda não conhecem o câmpus da UFRRJ em Três Rios.
“Percebi que a universidade é muito mais do que a gente imagina, né? O mais legal são os projetos. Não sabia da imensidão de pesquisas que existem aqui”, contou Laura Resende, de 16 anos, estudante do 3° ano do Ensino Médio no colégio Santa Clara, em Três Rios.
Seu colega de escola, Marcos Vinicius da Silva, também de 16 anos, ressaltou a importância do diálogo entre universidade e sociedade: “A gente pode pensar que universidade é só espaço de ensino. Mas é ensino, pesquisa e extensão. Foi gratificante ver o quanto professores e estudantes pesquisam e levam isso para a sociedade.”
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