Nota das Instituições Públicas de Ensino Superior e as de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro reafirmam compromisso com as estratégias de enfrentamento da Covid-19
A pandemia causada pelo COVID-19 representa uma grave ameaça a toda a humanidade. Três meses após os primeiros registros de infecção, já estão confirmados mais de 400 mil casos e dezoito mil mortes em todas as regiões do mundo. É absolutamente certo de que esses números aumentarão significativamente nas próximas semanas, com o crescimento da epidemia em países de grande população e alta desigualdade social, como Índia, Estados Unidos, Brasil e Nigéria. Nos lugares em que o novo coronavírus se disseminou até o momento, ficou demonstrado que a capacidade de resposta dos sistemas de saúde, dos líderes políticos e da sociedade como um todo podem ter uma influência decisiva no que diz respeito ao número de casos graves e de óbitos.
No Brasil, já foram confirmados mais de 2.200 casos e 47 óbitos apenas em duas semanas após a confirmação do início da transmissão comunitária da infecção nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. O próprio Ministério da Saúde indica que o número de infectados é provavelmente sete vezes maior. Sem a adoção de estratégias rigorosas de distanciamento social, acompanhadas de campanhas informativas e de planejamento para ampliar a capacidade de atendimento a casos mais graves, a multiplicação dos casos graves e óbitos pode ocorrer numa escala vertiginosa nas próximas semanas, devido a um “colapso” no sistema de saúde, como destacado pelo Ministro da Saúde em um de seus recentes pronunciamentos. Isso aumentaria o número de mortes, em especial entre as pessoas mais vulneráveis e susceptíveis: idosos, diabéticos, hipertensos, fumantes, etc.
Diante desse grave quadro, as instituições PÚBLICAS de ensino superior do estado do Rio de Janeiro alertam a população para a necessidade de que as instruções das autoridades sanitárias do Brasil sejam rigorosamente respeitadas. Vários países que relutaram, inicialmente, em adotar estratégias de distanciamento social, como foi o caso da Inglaterra, já modificaram a política de combate à pandemia e introduziram a permanência nas casas como a ação mais apropriada. Em relação ao ambiente escolar, 157 países já suspenderam as aulas, pois está comprovado que crianças e jovens podem servir como vetores de disseminação do contágio, elevando a proporção de casos graves entre pessoas mais velhas e outros grupos de risco.
Todos os esforços são válidos para impedir que o nosso sistema de saúde certamente entre em colapso diante de um crescimento acelerado do número de casos que demandem internação e leitos de UTI. Estamos vivendo uma crise sem precedentes na saúde pública mundial, mas felizmente as medidas restritivas adotadas em diversos países baseadas nos estudos científicos vêm dando resultados concretos. Cabe aos governos e aos parlamentares implementar medidas adequadas para preservar condições econômicas e sociais minimamente razoáveis para toda a população nesse cenário emergencial E EVITAR UMA PERDA MAIOR DE VIDAS HUMANAS.
Relaxar as medidas preventivas antes de termos sequer atingido o pico da epidemia não trará qualquer benefício à população. Pelo contrário, pode gerar um cenário de caos social que dificultará ainda mais a própria retomada da atividade econômica. Com responsabilidade e serenidade a sociedade brasileira superará esse grande desafio e evitará perdas humanas desnecessárias. Subscrevem esta carta os dirigentes máximos das Instituições Públicas de Ensino Superior e as de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro:
Acesse o documento aqui:Nota das Insituições Públicas e de Pesquisa do RJ em 25/3/2020