Nos dias 22 e 23 de outubro, a Agência de Inovação da UFRRJ trouxe ao Pavilhão Central, em Seropédica, uma dinâmica diferente: o I Seminário de Acompanhamento do Programa de Mestrado e Doutorado Acadêmico para Inovação (MAI/DAI), junto com o Workshop de Inovação. O MAI/DAI é um programa do CNPq que busca fortalecer a pesquisa, o empreendedorismo e a inovação nas Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação, por meio do envolvimento de estudantes em projetos de interesse do setor empresarial, em parceria com empresas.
A palestra de abertura foi conduzida por Gizelle Cristina Bedendo, chefe-adjunta de transferência de tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ela apresentou como principal exemplo o projeto Polo Tecnológico de Inovação Agropecuária (PITec Agro), que tem como objetivo criar condições para atender mais rapidamente às demandas do setor produtivo, utilizando ativos tecnológicos desenvolvidos pela pesquisa agropecuária.
Alinhado ao tema central do evento, o projeto busca promover um ambiente de inovações dentro da Embrapa, facilitando a interação e a cooperação entre a iniciativa empreendedora e a comunidade acadêmica. Gizelle destacou a importância de reconhecer oportunidades e valorizar o diálogo. “Empreender no agro tem seus desafios, mas precisamos saber identificá-los para superá-los”, afirmou. “Muitas vezes, nosso erro é discutir inovação com pessoas que já conhecem o assunto. Por isso, é essencial priorizar um diálogo claro com o produtor.”
Ela também ressaltou o valor das trocas no ambiente universitário, exemplificado pela participação da doutoranda do programa de Agronomia da UFRRJ, Juliana Ferreira. Juliana apresentou sua tese sobre bioprospecção de bactérias colonizadoras no formato de apresentação oral. “Quando estamos no laboratório, acabamos nos sentindo um pouco isolados do que acontece fora dele. Acho que este é um ótimo momento para apresentar meu trabalho e conhecer o de outras pessoas também”, compartilhou.
Além das apresentações orais e de pôsteres no segundo andar, o evento incluiu uma dinâmica “hackathon”, uma competição imersiva que reúne profissionais para desenvolver soluções criativas e inovadoras. O termo hackathon combina as palavras em inglês “hack” (programar) e “marathon” (maratona). Um dos grupos participantes foi formado por Eduardo Melo, Carlos Eduardo, Tainara Monsores e Ana Beatriz Viana, estudantes das áreas de Medicina Veterinária e Farmácia, que desenvolveram conceitualmente um produto reagente ao Boophilus Microplus, o principal carrapato que afeta bovinos e causa grande prejuízo econômico no Brasil. “Embora nervosos por termos recebido o tema em cima da hora, estamos confiantes de que entregaremos um bom trabalho”, comentou um dos integrantes.
O evento teve como foco reunir e conectar profissionais, pesquisadores e empresas de diferentes áreas do conhecimento, além de promover o desenvolvimento socioeconômico e dos ecossistemas de inovação. Um objetivo que, sem dúvida, foi alcançado no início da recente trajetória da Agência de Inovação da UFRRJ.
Texto e Fotos: Nicole Lopes, bolsista de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ)
Edição e Publicação: Fernanda Barbosa, jornalista e coordenadora da CCS/UFRRJ