Na última quinta-feira, dia 30 de junho, a UFRRJ firmou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para consolidar a parceria que a Universidade e o Instituto possuem na atuação junto ao Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres), instalado na Floresta Nacional Mário Xavier (Flona). Os Cetas têm a finalidade de receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar animais silvestres provenientes da ação da fiscalização, resgate ou entrega voluntária de particulares.
“Já vínhamos consolidando uma parceria há um bom tempo, e nos últimos anos, construímos uma proposta de um Acordo de Cooperação Técnica entre o Ibamas-Cetas e a UFRRJ. O reitor, em conjunto com minha equipe técnica, chegaram a um denominador comum e concluímos o ACT, onde a Rural virá com seus veterinários e estudantes, servindo como a parte científica de atuação no Cetas da região da Flona Mario Xavier”, explica o superintendente do Ibama do Rio de Janeiro, Daniel Rodrigues. “Vamos formalizar, através deste documento, as obrigações de ambas as partes. Os alunos da UFRRJ já estão na região, supervisionados por seus professores. Sempre tivemos essa parceria com a Rural e hoje viemos formalizá-la.”
No encontro no gabinete da Reitoria, o superintendente também mencionou a possibilidade de construção de um novo Cetas no câmpus Seropédica a partir da cessão do terreno para este fim. “A Rural nos cedeu um grande espaço, há mais de dez anos, para a construção de um novo Cetas, para retirarmos os animais daquela região, que é muito barulhenta. Na época da instalação do Cetas atual, não havia o Arco Metropolitano. Com a construção dele, houve uma licença ambiental concedida ao Estado do Rio de Janeiro sob algumas condicionantes, uma delas era a construção de um novo Centro de Triagem. A UFRRJ cedeu esse espaço aqui dentro do câmpus Seropédica, que será construído obrigatoriamente pelo estado. Posteriormente, os animais serão trazidos para cá.”, explicou Daniel Rodrigues.
No Cetas de Seropédica, os animais atendidos passam por um processo de avaliação e são encaminhados de acordo com suas condições e espécie. “Temos aves, onças, jabutis, animais resgatados atropelados na estrada, animais oriundos de tráfico ilegal de animais”, acrescenta o superintendente. “O Ibama firmou agora uma parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para uma gestão compartilhada do Cetas. Assim, no futuro, com o novo Cetas que será criado, queremos estender a parceria entre estado, governo federal e academia científica neste cuidado com os animais.”
O reitor da UFRRJ, Roberto Rodrigues, ressaltou a importância da construção do novo Cetas e das parcerias firmadas entre a Universidade e outros órgãos públicos. “A Universidade se prontifica não só para a parceria firmada com o convênio, mas também com a pesquisa e o ensino. Nós já temos estudantes bolsistas atuando no Cetas e é importante aprofundarmos cada vez mais os convênios que temos. Essa parceria entre os órgãos estaduais e federais é o que vai dar rumo ao desenvolvimento das cidades e do país. A gente precisa mostrar que a Universidade está próxima à sociedade. Precisamos ampliar essa convivência e ajudar nas políticas públicas. Os alunos precisam da vivência na prática. Além disso, quando a pesquisa aqui tem seus resultados comprovados, ela pode se tornar política pública e é isso o que a Universidade tenta fazer hoje, trabalhando com vários municípios da região.”
Já o o superintendente substituto do Ibama, Adilson Gil, destaca a relevância da pesquisa científica e das novas técnicas produzidas nos bancos universitários para órgãos como o Ibama. “Desde 2018 estamos discutindo os termos deste acordo que firmamos hoje. Em especial na questão da medicina veterinária, no tratamento dos animais, biólogos, zootecnistas e outras áreas afins, o apoio técnico e de pessoal da Universidade será fundamental. O Ibama, sozinho, nunca terá a capacidade que a Universidade tem, por exemplo, na pesquisa. Somos um órgão executor de políticas, então não nos dedicamos à pesquisa nem a determinados avanços tecnológicos e técnicos que a Universidade consegue. Recebemos animais apreendidos, tratamos, respondemos à justiça, já a Universidade dá esse apoio, apontando o melhor tratamento deste animal que chega no Cetas, trazendo técnicas mais modernas que possam salvar mais vidas”, concluiu Adilson.
Também estiveram presentes o analista ambiental do Cetas/Ibama Marcio Urselino da Costa, o coordenador da Corin/UFRRJ, professor José Luis Luque, e o vice-reitor da UFRRJ, César Da Ros.
O Cetas de Seropédica fica instalado na Floresta Nacional Mário Xavier (Flona). Para conhecer um pouco mais da história da Flona, acesse aqui a Cartilha produzida por alunos egressos e docentes da UFRRJ.
Imagens e Texto: Fernanda Barbosa/CCS