No dia 01/08, o Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino do Estado do Rio de Janeiro (Friperj) promoveu mais uma edição dos Diálogos Fluminenses, desta vez, com o tema “Complexo de Energias Boaventura da Petrobras e o Desenvolvimento do Leste Metropolitano” e palestra da presidente da Petrobras Magda Chambriard.
O encontro, que ocorreu no Auditório do Núcleo de Estudos em Biomassa e Gerenciamento de Águas (NAB) da Universidade Federal Fluminense, reuniu parlamentares, pesquisadores, reitores, profissionais da área petrolífera e estudantes das instituições que compõem o Friperj.
Presidente do Friperj, o reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, professor Roberto Rodrigues, ressaltou o caráter propositivo do evento para o desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro, explicando que a ideia do convite à presidente da Petrobras se deu para que houvesse um debate sobre o papel da Petrobras no desenvolvimento do país e da região.
“O Friperj foi criado em um momento de necessidade de junção das nossas instituições, em um momento de corte orçamentário, de dificuldades estruturais e de ataques ideológicos. Porém, mais do que defendermos as nossas instituições, nós passamos a pautar e a debater o estado do Rio de Janeiro. Temos feito debates em todas as regiões do estado, graças à capilaridade do Friperj. Os diálogos fluminenses acontecem em todas as regiões – já fizemos no Norte Fluminense, na Baixada Fluminense, estamos fazendo aqui hoje em Niterói, e já fizemos também no centro do Rio. A ideia é apresentar e sistematizar as proposições de pesquisa que temos e, mais do que isso, colocar essas pesquisas como pauta e estimular o debate. E um desses debates propostos aqui, importantíssimo para todo o estado do Rio de Janeiro, é o papel da Petrobras na soberania nacional, no desenvolvimento nacional e no desenvolvimento local”, explicou o reitor da UFRRJ e presidente do Friperj logo em sua fala de abertura.
Também presente à abertura do evento, Luiz Cesio Caetano, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), fez uma breve análise do que representa o Complexo de Energias Boaventura da Petrobras. “Os mercados de óleo, gás e naval vivem hoje um ciclo de expansão sem precedentes e o Brasil está no centro desse movimento. O Complexo de Energias Boa Aventura é a grande oportunidade de agregarmos valor a uma produção já consolidada e com horizontes de crescimento e diversificação”, ressaltou.
Complexo de Energias Boaventura
O Complexo de Energias Boaventura, situado em Itaboraí, foi inaugurado em setembro de 2024. O polo industrial é composto pela maior unidade de processamento de gás natural (UPGN) do país e recebe gás do pré-sal da Bacia de Santos transportado por meio do gasoduto Rota 3, que também iniciou suas operações ano passado.
A Petrobras conduz outros projetos no Complexo que incluem o estabelecimento de duas termelétricas a gás, para participação em leilões de reserva de capacidade, a instalação de uma planta de combustíveis renováveis, além de também pretender integrar o Complexo de Energias Boaventura à Reduc, em Duque de Caxias.
O Complexo recebeu este nome em referência ao Convento São Boaventura, localizado na unidade e considerado umas das primeiras construções da região do município de Itaboraí. As ruínas do convento foram conservadas pela empresa.
“A Petrobras tem um compromisso com o estado do Rio de Janeiro, tem um compromisso com o Brasil, afinal de contas, é uma empresa estatal, uma empresa que se preocupa com o bem-estar da sociedade. E se preocupa em fazer bem o que ela precisa entregar para a sociedade, que é energia, em última análise. Eu gosto de dizer e lembrar em todas as oportunidades, principalmente em uma oportunidade como essa, onde a gente tem universidades, estudantes, representantes do pensamento nacional, que a Petrobras é hoje uma estatal responsável pelo fornecimento de 31% de toda a energia primária que o Brasil consome. Então, um terço da energia primária que o Brasil consome”, iniciou Magda Chambriard, presidente da Petrobras, em sua fala de abertura.
Em seguida, Magda conduziu uma apresentação sobre o Complexo e apontou que a região Leste Fluminense passou a ter, com o projeto, maior relevância nos investimentos da Petrobras no estado do Rio de Janeiro, representando 20% dos compromissos projetados para 2025 frente aos 13% registrados em 2022. A estatal também mais que dobrou seus compromissos financeiros com fornecedores do Leste Fluminense entre 2022 e 2025, passando de 7,4 bilhões para uma projeção de 16,6 bilhões de reais.
O público desta edição e os futuros eventos do Friperj
O evento reuniu um público superior às edições anteriores dos Debates Fluminenses, “evidenciando a importância da Petrobras como promotora do desenvolvimento regional por meio de suas ações e investimentos; a importância da divulgação dos eventos por todas as instituições partícipes do Friperj e outros meios; além da visibilidade e credibilidade do Friperj como instituição organizada, que se propõe a sistematizar a pesquisa sobre o estado do Rio de Janeiro”, avaliou a docente da UFRRJ Maria Viviana de Freitas Cabral, também coordenadora do Programa Interinstitucional de Estímulo à Pesquisa sobre o Estado do Rio de Janeiro do Friperj.
O auditório do Núcleo de Estudos em Biomassa e Gerenciamento de Águas (NAB) ficou lotado durante o evento. Estavam presentes à última edição dos Debates Fluminenses promovida pelo Friperj os parlamentares Luiz Paulo Corrêa, deputado estadual; Flavio Serafini, deputado estadual; Célia Jordão, deputada estadual; Dani Monteiro, deputada estadual; Fernanda Neves, primeira-dama de Niterói; Isabel Marques Swan, vice-prefeita de Niterói; além dos reitores Roberto Rodrigues (UFRRJ), Antonio Claudio Lucas da Nóbrega (UFF) e Gulnar Azevedo e Silva (Uerj). Romildo Toledo, diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, representou o reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho. O professor Ronney Boloy, diretor de Pesquisa e Pós-graduação, representou o reitor do CEFET-RJ, e Maria Cristina Canela, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Uenf, representou a reitora da Instituição. Também estiveram presentes, além dos pesquisadores representantes do Friperj Acadêmico, o presidente da Firjan Luiz Cesio Caetano e o gerente executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Wagner Victer.
Em setembro, os pesquisadores do Friperj pretendem se reunir com as pró-reitorias de pesquisa e pós-graduação e de extensão das 10 instituições componentes do Fórum de Reitores. A ideia é pensar conjuntamente sobre como aprimorar a atuação das IES nestas duas bases do tripé indissociável de uma instituição de ensino superior – o ensino, a pesquisa e a extensão.
“Destaco os dois maiores eventos do Friperj que estão acontecendo em concomitância neste momento: a 2° edição do Prêmio FRIPERJ/FAPERJ/IPP de dissertações e teses sobre o Estado do Rio de Janeiro (foram 317 trabalhos submetidos, sendo 232 trabalhos com inscrição deferida). A banca examinadora iniciará a fase de avaliação; e as inscrições abertas para submissões de resumos expandidos – até 31/08 – para a 2° edição do Seminário de Estudos sobre o estado do Rio de Janeiro (II SEERJ). Estão abertas também as inscrições para participação no II SEERJ, que acontecerá no CEFET-RJ entre os dias 24 e 26/11”, complementou Viviana.
Durante o II SEERJ, o Friperj vai promover a entrega dos prêmios dos melhores trabalhos: as duas melhores teses, as duas melhores dissertações e uma menção honrosa sobre a cidade do Rio de Janeiro, além de mesas de debate e sessões temáticas com os trabalhos aprovados.
Mais detalhes sobre os eventos e prêmios do Friperj podem ser encontrados em seu site.