Nos dias 2 e 3 de junho, alunos de graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) estiveram na Fiocruz Mata Atlântica para a aula prática de Dendrologia. Desde 2023, essa aula é coordenada pelo professor Rodolfo Abreu, do Departamento de Ciências Ambientais da UFRRJ, que realiza a atividade na Estação Biológica Fiocruz Mata Atlântica (EFMA), incluindo atividades na Sala Verde “Diálogos em Educação, Saúde e Ambiente”.
Dendrologia é o estudo das árvores, incluindo sua identificação, classificação e características macromorfológicos. “É fundamental que essa aula prática seja realizada na Fiocruz Mata Atlântica, pois, de fato, na Estação Biológica do campus, é possível que os alunos possam vivenciar a experiência de conhecer na prática as espécies nativas da mata atlântica, espécies que estão catalogadas pela Fiocruz e expressam a biodiversidade encontrada nesse bioma e a necessidade de conservação das florestas. Na prática, é possível que os alunos possam desenvolver estudos de identificação de famílias de árvores desse bioma, a partir de um conjunto de caracteres vegetativos (não florais) como tipo de casca, odor característico de folhas ou troncos, estruturas nas folhas, filotaxia etc.”, explica o professor Rodolfo.
Para Andrea Vanini, coordenadora adjunta da Fiocruz Mata Atlântica, “essas aulas práticas são fundamentais para a formação dos alunos. Nessa visita, é possível que os futuros profissionais possam conhecer na prática projetos como: levantamento fitossociológico em parcelas permanentes, restauração ecológica, além de práticas de marcação de matrizes e coleta de sementes para produção de mudas, atividades importantes para alunos de Engenharia Florestal. Visitar um plantio de espécies nativas, que visa diminuir o efeito de borda da floresta e aumentar a riqueza de espécies com potencial medicinal, frutíferas, ameaçadas e plantas alimentícias não convencionais (PANCs). Ações de restauração ecológica, como as desenvolvidas pela Fiocruz contribuem para a Agenda 2030 da Organização das Ações Unidas (ONU), a qual, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 15 é Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter a reverter degradação da terra e deter a perda de biodiversidade”.
A EFMA é um laboratório natural para pesquisas em biodiversidade e saúde e espaço para experimentação de tecnologias sociais para a resolução de problemas socioambientais locais. Um ambiente estratégico para pesquisas sobre a Mata Atlântica, que é um dos biomas mais importantes e ameaçados do mundo.
A EFMA compreende 430 hectares (86%) da FMA, localizada adjacente ao Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB) e apoia, estimula e acolhe a pesquisa, a inovação, a educação e a disseminação e divulgação de conhecimentos sobre a complexidade socioambiental e a relação entre biodiversidade e saúde, objetivos esses alinhados à missão da Fiocruz. Por isso, oferece um ambiente controlado para estudos de longo prazo sobre biodiversidade e ecossistemas, é utilizada para a formação prática de estudantes e pesquisadores, oferecendo a eles a oportunidade de aprender em um ambiente natural e diretamente com seu objeto de estudo.
Para agendar aulas práticas na EFMA entre em contato através do e-mail: pdcfma@fiocruz.br.
Saiba mais:
A Mata Atlântica é um bioma rico em biodiversidade e ameaçado de extinção com grande variedade de espécies de plantas e de animais, algumas dessas endêmicas. Está presente em 15% do território brasileiro, é a segunda maior floresta tropical do Brasil. Neste contexto, há a Floresta da Pedra Branca, o maior remanescente de Mata Atlântica na cidade do Rio de Janeiro e a maior floresta urbana do mundo. Essa floresta está localizada na zona oeste do Rio de Janeiro, o qual o campus da Fiocruz Mata Atlântica (FMA) está inserido. Por ser um campus diferenciado em suas características geográficas – situado na fronteira entre a área urbana e a floresta remanescente da Mata Atlântica, a FMA realiza projetos e ações que contam com a participação da população para contribuir com o desenvolvimento da região de forma saudável e sustentável. Atua para a conservação da biodiversidade desta região, combatendo a pobreza e a desigualdade, agindo contra as mudanças climáticas e incentivando ações para fortalecer ambientes alimentares sustentáveis e saudáveis.
Texto e fotos: Isis Breves – Fiocruz Mata Atlântica.