Alunos do curso de Jornalismo da UFRRJ ganharam, na semana passada, a premiação Expocom Sudeste 2016. O evento aconteceu dos dias 17 a 19 de junho em Salto, interior de São Paulo. A premiação dos estudantes aconteceu no fim da tarde de domingo, 19, pelas categorias:
>>Melhor Revista - laboratório impresso: "Revista Contraponto"
Autores: Jaqueline Suarez, Luis Henrick, Larissa Bozi e Agatha Gabriela
>>Reportagem em Jornalismo Impresso "Para sempre mães de anjos"
Autor: Luis Henrick Teixeira.
Os alunos de jornalismo Jaqueline Suarez e Luis Henrick durante a premiação na Expocom 2016 (Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução)
Trajetória
A produção aconteceu no segundo semestre de 2015, com orientação da professora Ivana Barreto. A Revista Contraponto tem um olhar diferenciado da grande mídia sobre o Rio de Janeiro e busca mostrar a cidade de forma mais próxima ao que quem vive no estado conhece.
“O Luis e a Larissa que eram de fora do estado sentiam muito isso, percebiam o quão diferente era a experiência que estavam tendo morando na cidade com as histórias que viam na TV e nos jornais. Pra mim e pra Gabi, que nascemos e sempre moramos na cidade a questão foi a invisibilidade e o redirecionamento de alguns temas. Por exemplo, favela estampa jornal carioca, todo dia e sempre a partir do mesmo enfoque: tiroteio. A gente queria fazer algo diferente. Principalmente, ampliar o espaço de voz desses grupos invisíveis para a mídia e para um parcela da sociedade”, conta Jaqueline.
A Reportagem “Para Sempre Mães de Anjos” faz parte da Revista Contraponto e conta a história das famílias que vivem o cotidiano de Realengo, após o Massacre ocorrido na escola Tasso da Silveira, em 2011.
A “Para sempre mães de anjos” surgiu da proposta da editoria Memória, da revista Contraponto. A sessão deseja retomar a memória dos leitores para casos ocorridos no passado do Rio. Luis conta que foi em uma aula onde discutiram sobre a tragédia e a repercussão feita pela grande mídia que ficaram curiosos em saber como estavam as famílias hoje.
“A maior dificuldade primeiramente era a de entender os nossos papéis como comunicadores. Às vezes achamos que o ideal é sair perguntando. Mas, era um caso forte e delicado. Acima de tudo humano e que envolvia uma grande dor. O nosso papel ali era o de saber ouvir, deixar que as mães contassem a sua história e querer que mais pessoas pudessem conhecer também”, disse o aluno.
Fafate Costa (dir.) acompanhou grupo de estudantes durante a realização do evento (Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução)
Expocom
Foram mais de 200 trabalhos inscritos em cada categoria do concurso. Luis acredita que o mais legal de participar do Expocom foi a troca de experiência com alunos de outras universidades.
“A reportagem concorreu com grandes universidades com materiais de extrema qualidade. Matérias sobre a representação da mulher nas histórias em quadrinhos, sobre tribos indígenas, cabelo e preconceito, sensacionalismo no jornalismo estavam concorrendo conosco. Mas estávamos confiantes em levar a história das mães para pessoas de todo o Sudeste. O resultado foi uma grata surpresa. Mesmo não tendo laboratório, nem estrutura, mostramos que pra fazer um bom jornalismo, o principal é o lado humano. E é isso que a Rural ensina”, concluiu.
Foi a primeira vez que o curso de Jornalismo da Rural ganhou um concurso dessa magnitude.
A vice-coordenadora de Jornalismo, Fafate Costa acredita que participar desses eventos é de suma importância para troca de conhecimentos da área. Foi a primeira vez que alunos da Rural estiveram na final do Expocom Sudeste, e, para ela, participar de um concurso dessa grandeza e concorrer com universidades de renome na área é de uma alegria e uma grande significação.
“Não da para dizer como foi gratificante ver os meninos com os trabalhos reconhecidos. Ainda mais por ser um curso novo e com poucos recursos e sem laboratórios para a realização de suas atividades práticas. Esse Expocom premia o esforço individual e coletivo no sentido do corpo discente e docente em valorizar os talentos e as habilidades dos alunos, e nos deixa com um pedido e um recado para que a Reitoria olhe com muito mais atenção para nosso curso com todos os talentos e capacidades humanas que tem... A Universidade fundamentalmente agrária precisa reconhecer no Jornalismo também uma vitrine de suas conquistas e buscar conceder ao curso mais atenção em suas necessidades”, concluiu Fafate.
Agora os alunos seguem para a competição nacional do Expocom, que acontecerá na Universidade de São Paulo (USP) de 5 a 9 de setembro.
O Expocom acontece todos os anos durante o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), o Congresso criado em 1977 é o principal evento de pesquisa e desenvolvimento na área de jornalismo.
Intercom Nacional 2016
O evento está com inscrições abertas e podem ser feitas através do site. Para assistir as discussões e apresentações não é preciso pagar inscrição, mas caso deseje apresentar trabalhos e/ou receber certificado de participação, sim.
Por Letycia Nascimento