A convidada, professora Rita Ippolito, ministrou uma palestra abordando direitos humanos e desenvolvimento sustentável.
A Aula Magna desta segunda-feira (28) marcou o início do segundo período letivo de 2023 no câmpus Seropédica. Mesmo com a manhã chuvosa, o Pavilhão Central recebeu a empolgação dos novos alunos dos cursos de graduação da Rural, carinhosamente chamados de “bixos” e “bixetes”.
A professora Rita Ippolito, convidada para ministrar a palestra, veio da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Italiana de nascimento e brasileira de coração, Rita é atualmente membro da coordenação do Observatório de Qualidade da Educação da Ufal e consultora sênior da União dos Dirigentes da Educação de Alagoas. Além disso, recebeu vários prêmios por sua atuação na área e colaborou em programas de cooperação técnica internacional com países como Equador, Peru e Colômbia.
A docente apresentou o tema “Direitos Humanos, Educação e Desenvolvimento Sustentável: a tensão entre igualdade e diversidade”, incitando uma reflexão sobre o papel da Universidade nesse contexto. Segundo Rita, as primeiras discussões sobre esse assunto foram introduzidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, lançada em dezembro de 1948. “Esse texto está um tanto desatualizado. Portanto, discutimos esse tema hoje. Falar sobre direitos humanos requer, mais do que nunca, a habilidade de mesclar paciência com visão”, ressaltou a pesquisadora.
Desde sua criação, o texto da ONU foi traduzido para mais de 500 idiomas. “É um documento notável, talvez um dos mais belos já escritos”, destaca a palestrante. Rita também enaltece a capacidade do Brasil de criar textos e leis de qualidade, citando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei Federal n° 8.069 de 13 de julho de 1990, como um exemplo a ser seguido. “O Brasil pode se orgulhar, já que é o mais abrangente e diversificado do mundo. Foi construído pelos setores mais representativos da sociedade, marcando um momento singular na história do país”, completou.
Para Rita Ippolito, o Brasil desempenha um papel crucial nas discussões de temas relevantes para a humanidade, como demonstrado pela Rio-92, que sediou a Conferência da ONU sobre meio ambiente. “Cerca de duas décadas depois, tivemos a Rio + 20, que avaliou o curso que o planeta deveria tomar nessa área”, explica. A professora enfatiza o papel vital da Universidade nas discussões sobre igualdade, diversidade e direitos humanos, enfatizando a necessidade de “paciência e visão”.
O evento também contou com uma mesa de boas-vindas composta pelo reitor, pelo vice-reitor, pró-reitores e a representação estudantil. Em seu discurso, o reitor Roberto Rodrigues saudou os novos ingressantes e destacou que frequentar uma universidade pública também implica reconhecer e respeitar as diversidades. “Aproveitem esse momento para vivenciar intensamente a universidade. Estar em uma universidade pública significa compreender a diversidade do nosso país, evidenciada nos rostos de todos vocês. Cada indivíduo tem sua origem e perfil, mas respeitando-se, entendemos que estamos aqui para promover tecnologia, inovação e transformação na vida das pessoas”, declarou o reitor.
A transformação efetivamente começou naquela manhã, com os reconhecíveis rostos pintados e a animação no olhar dos calouros. Eduarda dos Santos e Yasmin Lopes, as novas estudantes do curso de Veterinária da UFRRJ, marcaram presença no Gustavão para a Aula Magna, no meio das atividades de integração. Eduarda, moradora de Jacarepaguá, e Yasmin, moradora de Bangu, compartilharam sua empolgação com o início das aulas na universidade: “Ainda não acreditamos. Escolhemos a Rural por sua excelência na área, e é maravilhoso estar em um ambiente tão acolhedor e motivador para a educação”, disse Eduarda.
Texto: Nicole Lopes, bolsista CCS com colaboração de Cristiane Venancio
Fotos: Rafael Gutierrez
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