O Conselho Regional de Farmácia do estado de São Paulo (CRF-SP) concedeu prêmio de melhor trabalho científico na área de Educação Farmacêutica para ação de pesquisa e extensão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) intitulada “Educação em saúde mental para adolescentes a partir de construção interprofissional”.
A premiação foi anunciada no XXI Congresso Farmacêutico de São Paulo e no XIII Seminário Internacional de Ciências Farmacêuticas, no dia 13/11.
A professora adjunta do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFRRJ, Jaqueline Rocha Borges dos Santos, recebeu o prêmio no dia 6/12, em sessão plenária do CRF-SP.
A docente coordena o projeto Direitos Humanos e Saúde Mental, vinculado ao Programa de Direitos Humanos da Pró-Reitoria de Extensão (Proext), cuja uma das ações é o trabalho premiado pelo CRF-SP. O vídeo da cerimônia está disponível no YouTube.
A ação ruralina também recebeu congratulação da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
Trabalho premiado foi realizado em escolas da Baixada Fluminense
O trabalho de educação em saúde mental para adolescentes a partir de construção interprofissional foi realizado em turmas de Ensino Médio de duas escolas públicas da Baixada Fluminense: o Colégio Estadual Dr. Mário Guimarães, em Nova Iguaçu, e o Colégio Estadual Professora Diuma Madeira Salles de Souza, em Anchieta. Mais de cem estudantes, com idade entre 15 e 17 anos, participaram de maneira remota das ações realizadas no final de abril e em maio de 2021.
“Na ação foi debatido o tema ansiedade, durante duas horas, com participação ativa dos adolescentes. As demandas apontadas nos diálogos foram transformadas em materiais educativos em saúde mental na forma de cards e reels, disseminados em nossos canais de comunicação no Instagram e no Facebook ”, explica Jaqueline Borges. De acordo com a docente, os materiais educativos alcançaram, por meio das mídias sociais, 24.378 pessoas entre maio e agosto de 2021.
Participaram da ação os discentes de dois cursos de graduação da UFRRJ, Matheus de Lima Rodrigues, Dayanne Lima Silva Santos e Renata Soares da Fonseca, estudantes de Farmácia, e Beatriz Santos Rabello, Matheus Macedo Andrade e Maria Clara Monteiro Souza, estudantes de Psicologia.
O trabalho é uma das ações do projeto “Mudanças de atitudes e comportamentos para inclusão de mulheres, negros e idosos diante do estigma social em saúde mental”, que está no terceiro ano de execução. Além das ações para discussão e educação em saúde mental de maneira interprofissional, como a que fora premiada, os pesquisadores realizaram curso de extensão aberto à comunidade universitária e ao público externo sobre estigma social, drogas de abuso e uso terapêutico de substâncias psicoativas, entre novembro de 2020 e março de 2021, e o I Simpósio de Direitos Humanos e Saúde Mental, em outubro de 2021, com mais de 700 participantes.
“Diante da retomada ao momento presencial, teremos no próximo ano a possibilidade de ações presenciais, junto à comunidade acadêmica, em escolas de ensino médio e junto ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Seropédica”, explica Jaqueline.
Sobre a importância das ações extensionistas em saúde mental, a docente afirma: “Enxergamos que existe estigma social diante de pessoas com diagnóstico de depressão, ansiedade, psicose associada ou não à esquizofrenia, doença de Parkinson, doença de Alzheimer e consequências do uso de substâncias psicoativas, como álcool, maconha, cocaína, crack, marcadas por dependência. Diante disso, almejamos debater essas temáticas e principalmente ouvir e visibilizar as falas que sinalizam o sentimento e sensações manifestadas”.
Para a docente, as ações educativas em saúde mental devem ser permanentes e fortalecidas de maneira institucional. “Com esse sentimento, coloco a necessidade de criação e aprovação de uma Política Institucional em Saúde, que inclua a saúde mental em seus eixos de atuação”, conclui.
Por Michelle Carneiro, jornalista da CCS/UFRRJ.