Palavra do reitor
Professor Ricardo Berbara
A conjuntura continua a desafiar o setor público e, em particular, as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Teremos em 2019 um contingenciamento de 27% nas despesas ordinárias de custeio, recursos de investimento irrisórios, e reduções de 42% para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) comprometem editais e bolsas de apoio à pesquisa. Tais medidas dificultarão o desenvolvimento científico e tecnológico no país e colocarão em risco ações de ampliação, manutenção e reformas da infraestrutura das Ifes.
No plano da gestão de pessoas, a perspectiva também é crítica com o recente corte de funções gratificadas, extinção de cargos de técnicos-administrativos em educação e restrição à abertura de novos concursos e nomeações, que agora dependem de prévia autorização do Ministério da Economia. O decreto de 29 de março estimula a substituição da força de trabalho efetiva pela terceirização e fere o princípio constitucional da exigência do concurso para provimento de pessoal nas organizações públicas.
Apesar deste contexto, a UFRRJ já em 2017 iniciou uma forte reorganização do orçamento, reduzindo em cerca de 9,5 milhões de custeio como resultado da não prorrogação de contratos com algumas empresas de terceirização, além da diminuição no uso de carros, impressoras, emissão de diárias e passagens, etc. Essas ações foram fundamentais
para que conseguíssemos manter em ordem os serviços básicos de limpeza, segurança, energia e água, entre outros.
Neste momento, urge que a comunidade universitária unifique ações para o enfrentamento a esse ambiente de afrontas
à educação pública no Brasil, e confirme seu compromisso com o ensino público que sempre encontrará na Rural uma sólida referência. A UFRRJ continua executando obras através de recursos não orçamentários, desenvolvendo ações acadêmicas
de elevado impacto, reorganizando seus diversos setores e, principalmente, deixando claro ao país sua relevância na formação humanista, cultural e científica de nossa juventude. Não é pouco.
Publicado originalmente no Rural Semanal 03/2019.