Nesta quarta-feira (15/10), cinquenta e seis docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) foram convidados a comemorar o Dia do Professor de forma especial. Eles receberam as primeiras emissões da Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB), em cerimônia com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação Camilo Santana, dentre outras autoridades.
A ideia, segundo o ministro da Educação, é que a carteira represente para os docentes o que a carteira da OAB representa para os advogados – um documento oficial.
A Carteira Nacional Docente do Brasil (CNDB) foi aprovada pelo Congresso Nacional e seu decreto de criação foi assinado pelo presidente da República durante o evento do dia 15 de outubro. A CNDB tem validade de 10 anos e é reconhecida como documento oficial docente em todo o território nacional, destinada a professores de todos os níveis e etapas da educação, das redes públicas e privadas.
Com o documento, os professores terão acesso a alguns benefícios, tais como meia-entrada em cinemas, teatros e shows; cartões de crédito emitidos pela Caixa Econômica Federal com condições especiais; descontos em hotéis e em plataformas como o iFood; dentre outros.
A cerimônia foi realizada no Parque Olímpico da Barra da Tijuca – Ginásio Educacional Olímpico (GEO) Isabel Salgado. Cerca de 3 mil professores participaram do evento. Na ocasião, também foram oficializadas outras ações do programa de governo “Mais Professores para o Brasil”.
Em seu discurso, o presidente Lula destacou que o “governo brasileiro voltou a tratar o tema com atenção e respeito”, referindo-se à Educação. Entre as ações citadas por Lula, estão o reajuste do piso nacional dos professores da educação básica, o aumento dos repasses para a alimentação escolar e bolsas de estudo, além da retomada de obras em escolas e universidades. E destacou: “Não pode ser um programa de governo, tem que ser um programa de Estado para que as coisas aconteçam”.
O presidente também relembrou a história da criação das universidades no país e ressaltou a questão do acesso a elas, antes restrito à elite e às grandes cidades. Relembrando a relevância da política de interiorização das universidades e dos institutos federais, o presidente complementou: “Nós já fizemos mais de 20 universidades federais e mais de 180 câmpus pelo Brasil afora para interiorizar o ensino universitário. Essa foi a revolução que aconteceu nesse país. A gente permitiu que fossem criadas condições de oportunidade para todas as pessoas de todos os lugares do país”.
Os docentes da UFRRJ
A convite do Ministério da Educação, a UFRRJ indicou cinquenta e seis docentes para participar da cerimônia e levar para casa uma das primeiras emissões da Carteira Nacional Docente do Brasil.
“A Carteira Nacional Docente serve como um documento de demonstração da importância dessa profissão, que forma bem mais do que profissionais, mas também o caráter das pessoas. Somente através da educação melhoramos um país, ainda mais um país tão complexo como o nosso. Seja na educação básica, onde damos formação às crianças, seja no ensino superior, que é capaz de produzir profissionais com conhecimento técnico e pensamento crítico não só sobre suas áreas de conhecimento, mas também sobre a sociedade”, afirma Túlio Leite Reis, docente do Departamento de Nutrição Animal e Pastagens (IZ/UFRRJ). Túlio é um dos mais recentes integrantes do quadro de professores da Universidade – tomou posse em 28/05 deste ano, mas é atuante no setor desde 2019, quando era servidor técnico-administrativo, ocupando o cargo de zootecnista, à frente da coordenação da Coordenadoria de Produção Integrada ao Ensino, Pesquisa e Extensão (CPIEPE).
“Sou licenciado desde 2008. Em 2016, experimentei a docência junto com a carreira técnica e, desde fevereiro de 2023, sou professor universitário. Toda a minha formação ocorreu na escola pública, que transformou minha trajetória e me permitiu ser o primeiro de minha família a chegar à universidade. Ao participar do lançamento da Carteira Nacional Docente, vejo um gesto concreto de reconhecimento à docência e, sobretudo, alimento a esperança de que ela se integre a políticas nacionais mais amplas de valorização da educação — com melhores condições de trabalho, formação continuada e reconhecimento do tempo docente. Professoras e professores são agentes de mobilidade social e de equidade; quando são valorizados, o país avança e cada estudante enxerga, na sala de aula, a possibilidade real de um futuro melhor”, afirma Marlucio Barbosa, atual pró-reitor adjunto de Planejamento da UFRRJ e docente do Departamento de Tecnologias e Linguagens (IM/UFRRJ). Marlucio foi servidor técnico-administrativo da UFRRJ de 2010 a 2023, onde atuava como analista de tecnologia da informação, chegando a ser coordenador da Coordenadoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Cotic). Em 2016-2017, atuou como professor substituto e, em 2023, tomou posse como professor adjunto da Instituição.
“A experiência do lançamento da Carteira Nacional Docente me fez lembrar toda a minha trajetória desde a infância e de todos os professores e professoras com quem tive oportunidade de aprender. Ao mesmo tempo que fico feliz e entendo que o lançamento da Carteira Nacional Docente possa ser um marco para o governo, ainda existem questões fundamentais na carreira que precisam virar pilares das políticas de Estado, como melhores condições de trabalho e, principalmente, melhores remunerações. Venho de uma família de professores e sou casado com uma pedagoga servidora pública da Rede Municipal do Rio de Janeiro, com isso, tenho muito orgulho da profissão que escolhi para minha vida”, afirma o atual pró-reitor adjunto de Graduação e professor do Departamento de Educação Física e Desportos (IE/UFRRJ) desde 2019, professor Claudio Melibeu Bentes.
Presentes na cerimônia também estavam o atual vice-reitor César Da Ros (reitor em exercício) e alguns dos últimos reitores da UFRRJ: os professores José Antônio de Souza Veiga, Ricardo Luiz Louro Berbara e Ricardo Motta Miranda.
Receberam a primeiras carteiras os docentes da UFRRJ Alessandra Pinto de Carvalho, Alexandre Monteiro de Carvalho, Alexis Rosa Nummer, Ana Claudia Ferreira Souza, Andreza Amaral da Silva, Bruno Guimaraes Marinho, Caio Peixoto Chain, Carline Santos Borges, Cesar Augusto Da Ros, Claudia Daza Andrade, Claudio Melibeu Bentes, Cristiano Jorge Riger, Denis Giovani Monteiro Naiff, Diana Ramos de Oliveira, Douglas Siqueira de Almeida Chaves, Edson Jesus de Souza, Eduardo Vinicius da Silva, Elisa Guaraná de Castro, Everaldo Zonta, Flavia Braga Vieira, Gilvan Lunz Debona, Gisela Maria da Fonseca Pinto, Glauco Favilla Bauerfeldt, Heitor Soares de Farias, Isabele da Costa Angelo, José Antônio de Souza Veiga, José Carlos Arthur Junior, José Luis Fernando Luque Alejos, Joyce Alves da Silva, Juliano da Silva Martins de Almeida, Karine Bueno Vargas, Leandro Dias de Oliveira, Leonardo Rocha Vidal Ramos, Luena Nascimento Nunes Pereira, Luiz Felipe Brandão Osório, Marcio Silva Borges, Marcos Estevão Gomes Pasche, Marden Manuel Rodrigues Marques, Maria Ivone Martins Jacintho Barbosa, Marlucio Barbosa, Miliane Moreira Soares de Souza, Nivaldo de Faria Sant Ana, Olga Venimar de Oliveira Gomes, Paulo José Saraiva, Pedro Paulo de Oliveira Silva, Raimundo José Macário Costa, Ricardo Luiz Louro Berbara, Ricardo Motta Miranda, Rodrigo Amado dos Santos, Rodrigo de Sousa Gonçalves, Rodrigo Lema Del Rio Martins, Rosane Nora Castro, Sara Araújo Brito Fazollo, Sonia Maria de Brito Marques Quirino, Tarci Gomes Parajara e Túlio Leite Reis.
Texto e fotos: Fernanda Barbosa, jornalista e coordenadora da CCS/UFRRJ