Texto: Thaís Melo*
O projeto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em parceria com a Secretaria Municipal de Assuntos Estratégicos, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semacti) da Prefeitura de Nova Iguaçu +Casas da Inovação, oferece diversos cursos online durante a pandemia. Dentre essas atividades estão as aulas de Introdução à Robótica. O curso já era realizado presencialmente e se adaptou à nova realidade para continuar atendendo a comunidade de Nova Iguaçu e outros municípios da Baixada Fluminense, levando conhecimento tecnológico inclusive para os estudantes com algum tipo de deficiência.
A equipe de Introdução à Robótica conta com a coordenação técnica do professor Gabriel Araújo do Cefet de Nova Iguaçu, selecionado como coordenador da equipe de Robótica via edital público da UFRRJ. O professor atua no +Casas desde maio de 2019 e a sua equipe é composta por quatro bolsistas de Iniciação Científica, três bolsistas de Iniciação Científica Júnior e dois estagiários da Semacti.
Atualmente são 111 beneficiados pelas aulas do curso de robótica online, que estão em seu terceiro ciclo. Nos dois ciclos anteriores, 76 alunos foram atendidos e 143 alunos tiveram aulas de Introdução à Robótica antes da pandemia, o que contabiliza 330 alunos que participaram do curso e que podem até mesmo terem encontrado sua futura profissão.
O professor Araújo explicou do que se trata essa área pouco conhecida pela maioria das pessoas. “A Robótica é uma área interdisciplinar. Envolve conceitos de Eletrônica, Mecânica e Computação. Na escola, o jovem vê esses conceitos difundidos nas aulas Matemática (operações básicas, funções, lógica, etc), Ciências (principalmente física) e, quando possível, Informática. No nosso curso de robótica buscamos, de forma lúdica e com pequenos projetos interessantes, estimular o interesse dos nossos alunos nessas áreas”, declarou o coordenador. De acordo com o docente esse tipo de iniciativa pode estimular os estudantes a seguirem carreira em áreas relacionadas e com isso pode vir a favorecer o mercado de trabalho da Baixada Fluminense no futuro.
O curso de Introdução à Robótica, segundo o coordenador, em um primeiro momento foca em ensinar conceitos básicos sobre a plataforma Arduino e em seguida noções de programação. Até que o aluno seja capaz, com o auxílio dos instrutores, de construir pequenos projetos. “Na versão online, nós seguimos a mesma estratégia, com uma pequena diferença, os kits Arduino são substituídos pela ferramenta online Tinkercad. O aluno também tem acesso a todo o nosso material didático por meio de textos online e videoaulas explicando todo o conteúdo. Uma outra particularidade da versão online é que qualquer um, de qualquer lugar, pode participar do nosso curso”, explicou.
A bolsista do projeto Amanda de Andrade é monitora de Iniciação Científica e faz graduação em História na UFRRJ, mas como também é técnica em eletrônica compõe a equipe de Introdução à Robótica há quase um ano. Segundo a monitora, um dos papéis desempenhados pelo projeto é desmistificar as ciências exatas. “Normalmente estudantes do ensino fundamental e médio tendem a julgar essas áreas como complexas demais e não cogitam atuar nesse campo. Porém, ao longo do processo de aprendizagem a dinâmica entre as disciplinas que a robótica exerce, faz com que os alunos mudem a percepção e tenham uma compreensão mais ampla dessas áreas”, contou a estudante. A monitora também falou que participar desse processo de amadurecimento do indivíduo é a parte mais gratificante da sua atuação no projeto.
De acordo com monitora, a participação familiar nas aulas online também tem feito a diferença. Já que nas aulas presenciais só o aluno aprendia e agora com o formato online famílias inteiras acabam estudando e aprendendo juntas. Segundo a bolsista isso acaba sendo benéfico já que um membro da família acaba ajudando o outro.
Outra bolsista de Iniciação Científica que também é monitora do curso há 11 meses é Izamara Gonçalves Vitória, que faz graduação em Ciência da Computação na UFRRJ. Para a monitora o mais gratificante dessa experiência é ver a difusão do conhecimento. “Ver a democratização do acesso a esses conteúdos tão ricos é o mais gratificante. Ver que o mesmo conteúdo é ministrado para pessoas de classes sociais diferentes, de forma gratuita, é sem dúvidas muito satisfatório”, explicou a bolsista.
Izamara Vitória também falou sobre a acessibilidade dentro do projeto. “O curso é aberto também para pessoas com deficiência. É interessante ver o preparo e o interesse do projeto em atender a essas pessoas. Como o curso é acessível e reinventado para que todos realmente sejam atendidos de forma digna. Essa é uma preocupação do projeto desde o modelo presencial, com a implantação das Casas da Inovação em locais distintos para atender a maior parte da população, visto que esse cuidado com a acessibilidade envolve diversos fatores. Este é um dos meus motivos para acreditar que este projeto é extremamente favorável e pertinente à população”, ressaltou a monitora. Vale lembrar, que o projeto atende pessoas com cegueira, baixa visão, deficiência intelectual, autismo e outras especificidades.
De acordo com a monitora, trabalhar na iniciativa também causou um impacto positivo nela, já que ela pode ver de perto outras realidades. “Isso me fez crescer. Enxergar o mundo com mais clareza, com um olhar mais humano, mais comprometido e com toda certeza de que a educação é poderosa”, relatou a bolsista.
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Comunicação Proext*