Roberta é uma engenheira química com paixão pelo desenvolvimento de biomateriais e convicção de que a ciência pode transformar vidas.
Graduada pela Rural, retornou à instituição como docente após concluir o doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ).
Atualmente, é chefe do Departamento de Engenharia Química do Instituto de Tecnologia da UFRRJ.
Mãe de Laís, 12 anos, e Elis, 10, a cientista conta que a maternidade mudou sua visão de mundo e que precisou encontrar o equilíbrio entre ser mãe e profissional.
“Não foi fácil achar o equilíbrio. Passei por um episódio ao longo da segunda gestação que quase me fez desistir. Então, pensei: Não quero e não vou desistir, vou seguir e fazer o que acredito. E assim tem sido, e hoje minhas filhas são minhas maiores apoiadoras e a lição que tiro de tudo isso é que há momento para tudo, cada mãe é única e as pausas são pausas e jamais devem ser pontos finais. A cientista pode e deve (caso queira) ficar adormecida enquanto cresce uma mãe. Hoje, a cientista que em mim habita anda de mãos dadas com a mãe que aprendo a ser a cada dia”.
A pesquisa selecionada no Edital Cientistas Mães é intitulada “Produção de insumos a base de materiais poliméricos nanoestruturados e fármacos para aplicação na produção de biomateriais por manufatura aditiva e outras técnicas – uma alternativa para o tratamento da dor”.
O principal objetivo é construir uma alternativa mais segura e eficaz para a liberação controlada de analgésicos, por meio da criação de materiais inovadores.
“Estão sendo desenvolvidos dispositivos compostos por polímeros biodegradáveis, materiais que se degradam naturalmente no organismo, permitindo a liberação gradual e prolongada de medicamentos. Essa abordagem reduz a necessidade de múltiplas doses diárias, minimiza efeitos colaterais e proporciona um controle mais eficiente da dor. Buscamos oferecer uma abordagem moderna e menos invasiva para o tratamento de dores crônicas, como fibromialgia e neuropatias, promovendo mais conforto e qualidade de vida aos pacientes”.
A pesquisa está em andamento no Laboratório de Desenvolvimento de Materiais (Lademat) da UFRRJ.
Este texto integra a Série Cientistas Mães que, na primeira semana de maio de 2025, apresentará as oito docentes da UFRRJ selecionadas no edital de apoio às cientistas mães da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em parceria com o Instituto Serrapilheira e o Movimento Parent in Science.
Edição: Michelle Carneiro, jornalista da CCS/UFRRJ.