Mani Tebet possui mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atuando na área de Sociologia há mais de uma década com um olhar sensível para as desigualdades interseccionais e políticas públicas. Atualmente, é coordenadora do Comitê de Pesquisa de Sociologia das Políticas Públicas da Sociedade Brasileira de Sociologia.
Desde 2019, é professora do Departamento de Ciências Sociais do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS/UFRRJ). Também leciona nos Programas de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFRRJ e em Políticas Públicas em Direitos Humanos da UFRJ.
Mãe de Eric, 3 anos, a cientista destaca que o filho, nascido no Dia Internacional da Mulher, já nasceu “feminista” e é sua maior dádiva.
“A maternidade é desafiadora, ela produz uma mudança radical de vida, alterando seu cansaço, sono e sua dinâmica de trabalho e vida. Em particular, a privação do sono, me desestimulou a concorrer a alguns editais e abrir mão temporariamente de outros trabalhos durante esta fase de bebê. Daí, a importância pioneira deste Edital da Faperj que ampara as Cientistas Mães com Vínculos em ICTs do Estado do RJ, estimulando a permanência das mulheres mães na pesquisa”.
Seu projeto é intitulado “Um olhar sociológico sobre as moedas sociais” e se insere dentro das discussões de modelos contra-hegemônicos de desenvolvimento, alinhando-se com iniciativas globais, como o G20 social e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com foco na redução da fome, da desigualdade, na promoção da autonomia feminina, na melhoria da qualidade de vida e no desenvolvimento sustentável.
A pesquisa visa mapear a implementação das Moedas Sociais no Brasil e no mundo, além de realizar um estudo inédito sobre a Moeda Social Arariboia (Niterói-RJ) que beneficia 45 mil famílias e 91 mil pessoas. O objetivo é entender se e que tipo de emancipação é produzida pela Moeda Social.
“A ideia é que os resultados desta pesquisa possam trazer indicações de melhorias da política aos gestores públicos, além de apresentar análises novas e mais complexas sobre as políticas sociais em geral e, em particular, sobre as Moedas Sociais. No debate sobre inovação e desigualdade, esta nova política pública aparece como promissora, seja para o desenvolvimento territorial, para o fortalecimento da solidariedade e coesão social, seja para a redução da pobreza e das desigualdades”.
A pesquisa está em andamento na UFRRJ e envolve uma equipe composta por alunos de graduação, pós-graduação e docentes de outras universidades.
Este texto integra a Série Cientistas Mães que, na primeira semana de maio de 2025, apresentará as oito docentes da UFRRJ selecionadas no edital de apoio às cientistas mães da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em parceria com o Instituto Serrapilheira e o Movimento Parent in Science.
Edição: Michelle Carneiro, jornalista da CCS/UFRRJ.