Érika é engenheira agrônoma formada pela UFRRJ, com mestrado e doutorado pela mesma instituição. Dois anos após defender sua tese de doutorado, foi aprovada em concurso público para docente do Instituto de Agronomia.
Atualmente, é chefe do Departamento de Agrotecnologias e Sustentabilidade e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental da UFRRJ.
Mãe de três meninas – Júlia, 22 anos, Laura, 19, e Olívia, 5 –, a cientista destaca a importância de termos referências de mulheres cientistas que também são mães.
“A Dra. Johanna Döbereiner, uma pioneira da agricultura, com três filhos, me inspirava e me dava força para continuar. Hoje, vejo um movimento forte de meninas na ciência e a forte presença delas na academia. Essa representatividade é o que tanto precisamos para gerar políticas públicas para as mulheres e as mães na ciência. Ao fortalecer essas conexões e criar espaços de apoio mútuo, ampliamos as possibilidades de construção de uma ciência mais diversa e representativa”.
O projeto contemplado no Edital Cientistas Mães é intitulado “Potencial de uso de resíduos agroindustriais no tratamento de efluentes, na produção de insumos agrícolas e de energia”.
Em termos simples, Érika estuda o reaproveitamento de resíduos gerados pelo setor agropecuário, especialmente pela indústria cervejeira do Rio de Janeiro, como o bagaço de malte e a terra de diatomáceas.
Os principais objetivos são investigar o potencial da biomassa residual na remoção de poluentes de águas residuais e avaliar a viabilidade de produção de fertilizantes orgânicos e/ou organominerais.
“A pesquisa busca gerar resultados e conhecimento sobre a aplicação dos resíduos na agricultura, bem como a classificação, o tratamento, a gestão e a destinação final e racional desses resíduos. Iremos avaliar o efeito da aplicação de digestatos de diferentes matérias-primas no crescimento inicial do milho em solos de baixa fertilidade do estado do RJ. Além disso, buscamos desenvolver uma técnica simples de remoção de poluentes (metais) com o uso de biomassa obtida nas propriedades rurais ou agroindústrias, o que pode ser acessível também aos pequenos produtores e aos produtores orgânicos”.
O estudo está sendo desenvolvido junto ao grupo de pesquisa Matéria Orgânica do Solo: Dinâmica e Função – GRUMOS.
Este texto integra a Série Cientistas Mães que, na primeira semana de maio de 2025, apresentará as oito docentes da UFRRJ selecionadas no edital de apoio às cientistas mães da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em parceria com o Instituto Serrapilheira e o Movimento Parent in Science.
Edição: Michelle Carneiro, jornalista da CCS/UFRRJ.