Em junho de 2025, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), junto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), firmaram uma parceria para a estruturação imobiliária de 1.139,6 hectares da área do câmpus de Seropédica. Na ocasião, o banco publicou o Request for Information (RFI), documento que promove uma consulta pública por meio da qual o BNDES coordena a contratação de consultores para elaboração de estudos técnicos para a estruturação do projeto.
O projeto da Universidade tem como finalidade valorizar e trazer empreendimentos para o município de Seropédica. Esse planejamento ampliará significativamente o potencial de atratividade de investimentos e desenvolvimento da região, visto que a área está situada próxima de importantes rodovias, como a BR 465 (antiga Rio-São Paulo), a BR 116 (Rodovia Presidente Dutra) e também do Porto de Itaguaí.
Nas últimas semanas, representantes das duas instituições se reuniram para discutir o andamento das propostas recebidas no RFI, além das próximas etapas do planejamento. O primeiro encontro aconteceu no dia 03/10, quando o reitor Roberto Rodrigues e os pró-reitores adjuntos de Planejamento e Pós Graduação, Marlucio Barbosa e Leandro Oliveira, respectivamente, visitaram a sede do BNDES no Rio de Janeiro. Lá eles foram recebidos pelo gerente do Departamento de Estruturação de Soluções Imobiliárias e de Requalificação Urbana, Leonardo Campos, e pelo chefe de departamento da área de Soluções para Cidades, Flávio Papelbaum.
“A área da Rural representa uma boa parte da área considerada urbana da cidade de Seropédica. Com certeza, esse investimento vai ser transformador para essa região. Isso pensando na melhoria econômica, mas sem dúvida nenhuma, também há o grande ganho para a comunidade acadêmica, porque vai trazer investimentos para as atividades acadêmicas, como pesquisa e extensão, e com isso, tornar um polo de mais influência. A gente espera que esse investimento reverbere positivamente em toda Baixada Fluminense”, comentou Flávio Papelbaum.
O planejamento, que foi aprovado pelo Conselho Universitário (Consu) em maio deste ano, tem a proposta de criação de novos projetos, como a construção de um parque ecotecnológico para a propulsão do ensino e da pesquisa, da proteção socioambiental, do aumento de receita, ampliação de espaço para a instalação de startups para movimentar as pesquisas acadêmicas, além de trazer uma gama maior de opções de estágios próximo à Universidade.
O projeto de valorização do patrimônio pretende ser um instrumento de desenvolvimento regional, mas também inclui quase 500 hectares dedicados à conservação ambiental e à pesquisa científica, com 392 hectares de Reserva Legal e 106 hectares de Área de Preservação Permanente (APP).
Visita à Universidade
No dia 07/10, aconteceu outra reunião entre membros das duas instituições. Desta vez, os diretores do Departamento de Estruturação de Soluções Imobiliárias e de Requalificação Urbana do BNDES, Leonardo Campos, Luiz Raul Delgado de Andrade e Gabriela Carvalho estiveram presentes na Rural. A meta da equipe do BNDES era justamente realizar visitas ao local para obter mais informações e conhecer melhor as áreas do projeto o qual estão assessorando. A visita foi guiada pelo pró-reitor adjunto Marlucio Barbosa, pelo vice-reitor César Da Ros e pelo professor Tiago Marino.
Após reunião que aconteceu no Gabinete da Reitoria, foi realizada uma atividade de campo com visitas ao local onde será construída a via pavimentada que interliga a área interna do câmpus ao Parque, ao local da sede do Parque e ao acesso à Universidade a partir da Reta de Piranema, em frente à Cassol Pré-Moldados.
Os próximos passos do projeto compreendem: (i) a formalização da parceria com o BNDES — atualmente em análise jurídica entre as partes —; (ii) a realização de estudos e modelagens de viabilidade econômico-financeira e de uso; (iii) a condução de audiências públicas e consultorias especializadas; e (iv) a submissão das propostas finais ao Conselho Universitário.
Texto e fotos: João Madruga, estagiário de Jornalismo da CCS/UFRRJ.