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Aula Magna de Gaudêncio Frigotto lota “Gustavão”
Autoridades acadêmicas e estudantes compareceram em peso ao evento (Kleber Costa)
Duas Aulas Magnas, tituladas “Ambiente e Formação Profissional”, simbolizaram o início do primeiro semestre letivo de 2016 no Câmpus Seropédica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Os palestrantes, Gaudêncio Frigotto e Malvina Tuttmann, comentaram sobre a relação meio ambiente e formação superior e provocaram os calouros para que busquem não somente uma formação técnica, mas também social e política.
Às 10h, de ontem (1º), o auditório Gustavo Dutra, conhecido como “Gustavão”, no Pavilhão Central do Câmpus Seropédica, estava lotado. Autoridades acadêmicas e diversos estudantes, muitos deles pintados e com a alegria estampada no rosto, se faziam presentes. O motivo era a Aula Magna que seria realizada naquele espaço.
O evento começou com a composição da mesa diretora presidida pelo vice-reitor, Eduardo Mendes Callado. Os pró-reitores Lígia Machado (graduação), Roberto Lelis (pós-graduação) e Katherina Coumendouros (Extensão) representavam a Administração Central da UFRRJ e, em especial, a reitora, Ana Maria Dantas Soares, que por motivos pessoais não pode se fazer presente na cerimônia.
O pró-reitor de pesquisa e pós-graduação, Lelis, destacou a importância da produção científica aos alunos que acabaram de ingressar no ensino superior. Katherina, da extensão, lembrou da importância social das festas realizadas dentro e fora do câmpus. Já Lígia, pró-reitora de graduação, comentou o trabalho desenvolvido por sua equipe durante a matrícula dos calouros e as possibilidades existentes durante a formação acadêmica do calouro como as bolsas de programas como o PET e o Pibid e a mobilidade nacional e internacional de estudantes. Por fim, o vice-reitor, Callado, recordou a história centenária da Universidade Rural do Rio. Na sequência, passaram a palavra para o professor Doutor Gaudêncio Frigotto.
Graduado Filosofia e Pedagogia, mestre em Administração de Sistemas Educacionais e doutor em Educação: História, Política, Sociedade, Gaudêncio Frigotto (Uerj) dispensa maiores apresentações. O palestrante embebedou o público com diversas gargalhadas ao comentar as recomendações médicas que recebeu para tomar vinho tinto a fim de evitar quatro problemas de saúde. Para cada disfunção, duas taças da bebida: doença de parkinson, perda da virilidade, problemas cardíacos e a gripe, que se não tratada e associada à outras doenças pode levar a morte; totalizando oito doses diárias. Se recordando que ainda não era um alcoólatra e levando a plateia a mais um ataque de risos, Frigotto utilizou essa metáfora para mostrar que, ao final das contas, apenas duas taças de vinho seriam necessárias para tratar os quatro problemas. Sua intenção era demonstrar e criticar a necessidade de se verificar e tratar os problemas sociais em conjunto e não de forma isolada; o que, para ele, é uma falha de todas ciências que tratam das adversidades separadamente.
Gaudêncio Frigotto proferiu sobre "Ambiente e Formação Profissional" (Kleber Costa)
Passando por outros temas como as incertezas da sociedade atual; o medo e violência; a competição desenfreada para o progresso e a crise social; econômica e ambiental que paira sobre diversos países, Frigotto provocou seu público acerca das formas de produção e consumo da modernidade. Para isso, recordou a tragédia do rompimento da barragem em Mariana-MG e afirmou que a tragédia atingiu direta e indiretamente cerca de 3,5 milhões de pessoas.
Perpassando por questões polêmicas como a redução da maioridade penal no Brasil, o monopólio da mídia e a conquista das cotas raciais pelo movimento negro, Gaudêncio voltou a debater e criticar sobre o tratamento fracionado que o mundo dá a seus problemas. Para ele, o ultra individualismo atinge a todos o que é um risco para a existência da humanidade.
Ele terminou sua aula expondo a necessidade de uma formação política na universidade para que cada cidadão possa intervir de maneira positiva na construção de um mundo melhor para todos com menos desigualdade e mais consciência a cerca do meio ambiente.
Por Kleber Costa - Assessor de Comunicação da Prograd