“As universidades diante dos desafios da retomada das atividades presenciais” – Esse foi o tema abordado na Aula Inaugural do semestre 2022.1 do Instituto Multidisciplinar, o câmpus Nova Iguaçu da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, na última quarta-feira, dia 01/06.
O encontro contou com as presenças do Reitor da UFRRJ, Prof. Roberto Rodrigues, da Pró-Reitora Adjunta de Extensão, Profª. Edileuza Queiroz, do Diretor do IM, Prof. Paulo Cosme de Oliveira, da representante da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (ProAES), a servidora técnica-administrativa em Educação Lúrbia e da Profª Amanda Moreira da Silva (UERJ), que discorreu sobre o tema da Aula Inaugural.
Antes do início da cerimônia, o público estudantil presente ao auditório do IM foi brindado com uma belíssima apresentação musical de alunos da Escola Popular de Artes (EPA) (foto). Trata-se de um projeto de extensão vinculado ao DAC (Departamento de Arte e Cultura/ProExt) da Universidade Rural focado na criação e fomento de espaços artístico-culturais na cidade de Nova Iguaçu. O objetivo principal da EPA é a consolidação do câmpus do Instituto Multidisciplinar como um equipamento cultural iguaçuano, apoiando a produção cultural local e atuando na formação de fazedores e fazedoras de cultura da Baixada Fluminense. A coordenação do projeto é do professor Bruno Borja (foto), do Departamento de Ciências Econômicas do IM/UFRRJ. Do lado de fora do auditório, os alunos da EPA organizaram uma exposição de fotografia e artes visuais, onde após a Aula Inaugural ocorreram também apresentações musicais, poéticas e artísticas.
O Reitor da UFRRJ deu as boas-vindas aos novos estudantes da instituição acadêmica. Ele chamou a atenção de todos para a instituição da qual é reitor, uma universidade centenária, com compromissos históricos com a educação pública, de qualidade e socialmente inclusiva. O professor Roberto enfatizou que, pela primeira vez em sua história, a UFRRJ passou a contar com filhos de trabalhadores em seu corpo discente. E para que esse fato permaneça, é fundamental a presencialidade dos estudantes, ocupando os espaços acadêmicos em defesa da universidade. O Reitor anunciou para a plateia presente que a UFRRJ sofreu um bloqueio de 9 milhões de reais, equivalendo a 14% do total de seus recursos (antes da pandemia, em 2019, um outro bloqueio de verba orçamentária ocorreu). Ele informou que o corte atual atingiu também todas as demais universidades federais brasileiras e fez um alerta: se não houver mobilização da comunidade acadêmica, a UFRRJ não chegará ao final do ano, em razão da asfixia econômica promovida contra as instituições universitárias pelo atual governo federal.
Em sua fala, o diretor do IM/UFRRJ, Prof. Paulo Cosme de Oliveira, saudou a todos os presentes e lembrou o período da quarentena provocado pela pandemia da Covid-19, que privou a comunidade acadêmica do contato diário e presencial entre alunos, professores e servidores. Ele ressaltou o fato dos novos alunos da Rural estarem ingressando numa universidade pública, gratuita e de excelência na prestação do ensino, preparando com dedicação e competência novos cidadãos para a vida social.
A representante da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, servidora técnica-administrativa Lúrbia começou parabenizando os estudantes por terem conquistado ingressar na UFRRJ. Ela destacou a existência dos Auxílios acadêmicos, que são distribuídos através de um processo seletivo, a partir da publicação em edital. Lúrbia ressaltou que os estudantes poderão obter mais informações ou tirar dúvidas através do acesso ao portal da ProAES (www.ufrrj.br) ou presencialmente, na sala 212 do Bloco Multimídia. Dentre os Auxílios oferecidos pela UFRRJ, constam Moradia, Transporte, Creche, Acessibilidade, Apoio Técnico e Auxílio Não Financeiro à Alimentação. A servidora informou que a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis existe para ajudar o corpo discente a ampliar suas condições de permanência na universidade. O Setor Psicossocial aos Estudantes, é outro órgão de apoio assistencial vinculado a ProAES.
Em seu pronunciamento de recepção aos novos alunos ingressantes do IM/UFRRJ, a professora Edileuza Queiroz, Pró-reitora Adjunta de Extensão, narrou o quant. o feliz estava se sentindo no retorno ao convívio presencial acadêmico, dos diferentes cursos da UFRRJ. Representando a Pró-reitoria de Extensão, ela explicou que, a partir da ProExt, o aluno – sob a orientação de um professor – desenvolve formas de comunicação com a sociedade, através de cursos, projetos, eventos, prestação de serviços. A professora Edileuza destacou que a ProExt é dividida em 5 departamentos, a saber:
1) Deptº de Programas e Projetos, responsável por dar suporte à comunidade acadêmica no que se refere à utilização do SIGAA – módulo Extensão, dentre outras atribuições;
2) Deptº de Relações Comunitárias e Interinstitucionais, responsável pela organização de eventos ligados à visitação de alunos à universidade, além de coordenar e apoiar ações desenvolvidas pelos setores de Divulgação, Comunicação e Pré-ENEM, atuando na promoção de ações de divulgação dos campi da UFRRJ e seus cursos;
3) Escola de Extensão, cujo objetivo principal é estimular o oferecimento de cursos de extensão, compreendendo atividades de ensino acadêmico, técnico, cultural ou artístico, não pertencentes ao âmbito das atividades regulares do ensino de graduação;
4) Deptº de Esportes e Lazer, cuja finalidade é a promoção e desenvolvimento de atividades de prestação de serviços ligados ao esporte e lazer, através do gerenciamento da infraestrutura voltada à comunidade acadêmica e ao entorno da universidade. Compreende ainda as dependências da Praça de Desportos e do Parque Aquático;
5) Deptº de Arte e Cultura, responsável pela gestão do Centro de Arte e Cultura (CAC) e Escola Popular de Artes (EPA). Estes dois espaços, respectivamente atuantes nos campi Seropédica e Nova Iguaçu, oferecem oficinas de música, teatro, cinema (Cine Casulo), artes, literatura, dança em diversas categorias. Tais atividades são oferecidas não só aos estudantes da Rural, mas também à comunidade externa de Seropédica, Nova Iguaçu e cidades próximas.
Finalizando, a Pró-Reitora Adjunta de Extensão convidou os calouros a visitarem o portal da ProExt, no site da UFRRJ, para obter mais informações e retirar dúvidas. Edileuza conclamou o estudantes a viverem a UFRRJ em sua plenitude, conhecendo e participando das múltiplas ações e atividades de uma universidade pública, gratuita e com ensino de qualidade. A representação da Pró-Reitoria de Extensão da UFRRJ no câmpus Nova Iguaçu fica localizada na sala 102, próximo ao auditório do IM.
Escola Popular de Artes
O coordenador da Escola Popular de Artes (EPA) é o professor Bruno Borja, do Departamento de Ciências Econômicas do IM/UFRRJ. Ele também ficou feliz com o retorno das aulas presenciais, após um período de angústias e incertezas durante a pandemia da Covid-19, que nos tirou do convívio diário amigos, parentes, professores e alunos. Borja disse que a função primordial da EPA é encher o espaço universitário com Cultura e Arte, apoiando as comunidades do entorno nessa retomada presencial. Segundo ele, além do ensino, a universidade pública também é um equipamento de difusão cultural e artística, devendo estar aberta não apenas ao público interno, mas também ao público externo como um todo, ajudando a derrubar o “muro” que separa o espaço acadêmico da população ao seu redor. O coordenador da EPA destacou esse aspecto como o mais importante da questão da Extensão: abrir a universidade pública para fora dela, interagindo e fazendo interlocução com toda a sociedade num processo de sociabilidade e troca interativa de conhecimentos, de dentro para fora e de fora para dentro. O professor Bruno Borja informou aos interessados que as inscrições para os cursos e oficinas da EPA estarão abertas a partir do final de junho. O endereço da escola no Instagram é o @escolapopulardeartes. Lá estarão detalhadas todas as informações sobre datas de inscrições e relação de cursos e oficinas de arte e cultura da EPA.
E por fim, fez uso da palavra a palestrante da noite, Profª Amanda Moreira da Silva, da UERJ e Mestra em Educação Especialista em Políticas Públicas pela mesma instituição, além de Pós-Doutora em Sociologia do Trabalho pela UNICAMP. Ela saudou a todos os estudantes, professores e servidores presentes e revelou que fez sua graduação na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, fato que a enche de orgulho. Contou que foi a primeira pessoa de sua família a chegar à universidade, sendo filha de pais trabalhadores assalariados e beneficiária do Programa de Assistência Estudantil, via Bolsa de Iniciação Científica. Amanda explicou que a universidade ensinou a ela o seu lugar no mundo, sendo sujeito de sua própria história e assim sendo contribuindo para sua transformação.
E acrescentou que no Brasil, de cada 4 estudantes universitários, três estão em instituições privadas de ensino superior, e boa parte deles matriculados em cursos à distância, de qualidade duvidosa. Por isso, acrescentou, a importância em estar matriculado numa universidade pública, em cursos presenciais. Ao invés de abordar os “desafios”, a professora Amanda discorreu sobre os “riscos” de estar estudando numa instituição universitária pública e gratuita, dadas as graves condições educacionais em que o país está inserido. E é nesse sentido que ela enfatizou que estar cursando uma faculdade pública é também “pensar o mundo e os problemas dos povos, buscando solucioná-los” e não apenas para conquistar um diploma e disputar uma vaga no mercado de trabalho.
A palestrante classificou a universidade como um espaço fundamental e indispensável de reflexão, diversidade e combate às posturas discriminatórias e opressivas em voga na sociedade, como o racismo, o machismo, a homofobia e a misoginia. São esses setores os mais afetados pelas transformações pelas quais passa a nossa sociedade.
Por Ricardo Portugal – Assessoria de Comunicação do IM/UFRRJ