“Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim”. “Cadê meu celular? Eu vou ligar pro 180, vou entregar teu nome e explicar meu endereço”. Com esses trechos da música “Maria da Vila Matilde”, a cantora e compositora Elza Soares assume o papel de mulher agredida pelo companheiro e denuncia o crime, que infelizmente é muito comum no país.
No último ano, de acordo com dados do Instituto Datafolha, uma em cada quatro mulheres brasileiras acima de 16 anos afirmou ter sofrido alguma agressão na pandemia. Além de ser uma violação dos direitos humanos, a violência contra a mulher, sendo ela física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial, é entendida como um problema de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desde 2006, a campanha nacional Agosto Lilás é promovida para incentivar denúncias de agressão e reforçar a importância do enfrentamento à violência contra a mulher. A iniciativa nasceu com o objetivo de alertar a população sobre a Lei Maria da Penha, sancionada no mesmo ano para inibir os casos de violência doméstica no Brasil.
Com o objetivo de dar destaque à importância do movimento, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro aderiu à campanha e a Prefeitura Universitária instalou a iluminação lilás no prédio principal do câmpus Seropédica na última sexta-feira (13).
Como denunciar
É possível denunciar os diferentes tipos de violência que as mulheres estão sujeitas por meio de delegacias e órgãos especializados. O Ligue 180 é um serviço gratuito, confidencial e que funciona 24h por dia para receber as denúncias e esclarecer as possíveis dúvidas sobre os serviços de atendimento à mulher. Lançado em 2020, o aplicativo Direitos Humanos Brasil está disponível em Android e IOS e também pode ser usado para o envio de denúncias.
Vale ressaltar que os casos podem ser manifestados por qualquer pessoa que tenha presenciado ou identificado uma agressão. Então, se você conhecer alguém que esteja nessa situação, não deixe de acionar as autoridades responsáveis.
É preciso combater a violência contra a mulher. Não se cale, denuncie.
Texto: Lidiane Nóbrega – estagiária de Jornalismo da CCS/UFRRJ
Imagem: Paulo Chaves