Thaís é médica veterinária formada na UFRRJ, com mestrado e doutorado na mesma instituição.
Desde 2015, é docente do Departamento de Parasitologia Animal do Instituto de Veterinária (IV/UFRRJ). Também é vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias e coordenadora do biotério do Laboratório de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária da UFRRJ.
Casada com Felipe, médico veterinário da instituição, e mãe de Bernardo, 15 anos, e Beatriz, 8, a cientista conta que a maternidade a tornou mais resiliente.
“A maternidade pode ser um desafio significativo na carreira de cientistas, especialmente no campo acadêmico. Este edital teve como objetivo proposto reduzir esses desafios, oferecendo apoio financeiro e estrutural para que pesquisadoras possam retomar suas atividades científicas com mais tranquilidade. Esse programa promove não só o avanço da ciência, mas também a equidade de gênero e a valorização da diversidade no meio acadêmico. É um exemplo de como políticas públicas inclusivas podem transformar trajetórias profissionais e fomentar mudanças culturais no ambiente científico”.
Seu projeto é intitulado “Disruptores de desenvolvimento e óleos essenciais no controle de Cochliomyia hominivorax (Diptera: Calliphoridae)”. Também conhecida como mosca-da-bicheira, a espécie Cochliomyia hominivorax é a principal causadora de miíase primária em animais e humanos.
O controle químico ainda é uma das principais formas de combater a doença, mas traz problemas como contaminação ambiental e resíduos nos produtos pecuários. Em termos simples, a pesquisa coordenada por Thaís busca por novas estratégias de controle de parasitos em animais.
“Buscamos formas de controle que sejam menos prejudiciais para os animais e para o meio ambiente. Nosso foco é investigar o uso de substâncias específicas que atingem apenas os insetos, chamadas de disruptores de desenvolvimento ou reguladores de crescimento. Entre elas, o piriproxifen e o novaluron, já utilizados no controle de pulgas e mosquitos, e o geraniol, substância encontrada em óleos essenciais que vem sendo uma alternativa promissora no controle de artrópodes. Assim, iremos avaliar a atividade do piriproxifen, novaluron e geraniol de forma isolada e associada no controle de larvas de C. hominivorax”.
A pesquisa está em andamento no Laboratório de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária da UFRRJ.
Este texto integra a Série Cientistas Mães que, na primeira semana de maio de 2025, apresentará as oito docentes da UFRRJ selecionadas no edital de apoio às cientistas mães da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), em parceria com o Instituto Serrapilheira e o Movimento Parent in Science.
Edição: Michelle Carneiro, jornalista da CCS/UFRRJ.