Nesta quarta-feira (12/03), a UFRRJ inaugurou o primeiro museu geológico da Baixada Fluminense, com potencial para atrair milhares de estudantes e visitantes da região. A inauguração foi destaque na mídia nacional.
Vinculado ao Instituto de Geociências (IGeo), o mais novo museu da UFRRJ, o Museu de Rochas e Minerais, abre as portas à comunidade com um catálogo de mais de 800 amostras, sendo o único com o tema “Minerais e Rochas” da Baixada Fluminense.
Localizado próximo ao Setor de Avicultura e logo após a Petrologia, no câmpus Seropédica, espera-se que a atração cultural promova melhoria dos níveis de inclusão social, da autoestima e de bem-estar de estudantes e moradores da Baixada por meio do conhecimento e da vivência com os minerais. A região possui mais de três mil escolas de Ensino Fundamental e Médio.
Os minerais, pela beleza dos cristais, chamam muita atenção do público, razão pela qual os setores de Geologia são os mais procurados em museus de Ciências Naturais em todo o mundo, unindo o conhecimento científico com a experiência estética – desta forma, o Museu de Rochas e Minerais da UFRRJ entra para o rol de instituições com potencial de grande fluxo de visitantes sedentos por beleza e ciência.
“É importante destacar o que a inauguração deste museu significa em termos de acessibilidade à cultura e ciência para moradores de longe dos grandes centros, moradores especialmente da Baixada e Zona Oeste”, ressaltou o reitor da UFRRJ, professor Roberto Rodrigues, presente no evento. “Uma das primeiras conversas que tive com a nova pró-reitora de Extensão [professora Maria Ivone], é que a UFRRJ foi e é uma referência para a Baixada Fluminense, mas precisa ser uma referência cada vez mais acessível para os moradores dessas regiões”, complementou.
A pró-reitora de Extensão, professora Maria Ivone, falou em seguida, mencionando a relevância do Museu para a região. “Nós nos comprometemos com a professora e com todos os colegas a avançarmos nestas questões em torno dos museus. Fico muito feliz, como egressa da UFRRJ e como moradora da Baixada Fluminense, com essa iniciativa e com outras que promovem a ciência. Que essas iniciativas possam ser fortalecidas pela Universidade. Estamos falando de uma região em que a maioria das escolas não tem laboratório de ciências, então esse é o primeiro contato que um aluno pode ter”, ressaltou a docente.
Amostra
Em breve, a amostra deve ser ainda maior, pois um número muito grande de itens ainda não foi catalogado, o que deve levar a mais de 1.500 rochas e minerais em exposição.
Com a inauguração, a tendência também é que se amplie o número de parcerias com outras instituições e que ocorram mais doações. Recentemente, o Museu recebeu a doação de cristais da Bacia do Paraná de um docente aposentado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que já estão em exposição.
Uma das ideias para o futuro é que parte da coleção seja exposta na parte externa, desenvolvendo uma espécie de Museu a Céu Aberto, com a formação de um jardim geológico.
Ensino, pesquisa e extensão
O Museu será relevante para atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade por abrigar e disponibilizar um acervo formado por minerais, minérios e rochas de várias regiões do Brasil e do mundo, parte dos quais associados a projetos científicos desenvolvidos ao longo de mais de 30 anos por pesquisadores do Instituto de Geociências da UFRRJ.
Além disso, o Museu tem caráter multidisciplinar, pois o estudo de minerais e rochas integra pesquisas de várias áreas científicas.
A professora titular da UFRRJ, curadora e coordenadora do projeto de criação do museu Soraya Almeida ressalta que o MRM, como foi carinhosamente apelidado, será mais um do conjunto de museus da UFRRJ que são dedicados, especialmente, às Ciências Naturais.
“A nossa ideia é que possamos fazer parceria com as outras áreas da Universidade, pois muitas delas se interligam, de alguma forma, com os minerais. A Zootecnia, por exemplo, que precisa trabalhar com vitaminas, com material para indústria… tudo passa pela mineralogia. Então a nossa ideia é trabalhar com os outros Institutos da UFRRJ. Eu, particularmente, queria muito trabalhar com a Avicultura e desenvolver projetos juntos”, afirmou.
O museu é fruto do edital CNPq Melhoria de Infraestrutura de Museus, realizado em 2023, através do qual a Universidade obteve a verba para a instalação do MRM.
Além de Soraya Almeida, são membros do conselho os professores Rubem Porto Junior, Angélica Cherman, Heitor Mothé e Maria Geralda de Carvalho.
Integração com os demais museus da UFRRJ
Outra iniciativa que promete trazer mais pessoas da comunidade para programas culturais dentro da UFRRJ é o desenvolvimento de uma programação de visitas nos fins de semana que integre todos os museus da UFRRJ.
O Núcleo de Articulação de Acervo e Coleções da Universidade almeja organizar visitações que envolvam todos os museus da UFRRJ, incluindo o Museu de Rochas e Minerais, o Museu de Solos do Brasil, o de Zoologia, o de Química, o da Casa do Reitor, o de Anatomia Patológica Carlos Tokarnia, dentre outros.
Visitação
O Museu de Rochas e Minerais (MRM) da UFRRJ estará aberto à visitação do grande público de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h. O agendamento de visitas pode ser realizado pelo e-mail: museurm@ufrrj.br
Texto e Imagens: Fernanda Barbosa, jornalista e coordenadora da CCS/UFRRJ.