“Meu nome é Fernanda Mattoso, 17 anos, faço Veterinária e eu nunca tinha ouvido falar na Rural na minha vida. Eu vi no Sisu e vi que a minha nota estava maior pra cá e acabei passando. Eu sou de Natal, na verdade, Rio Grande do Norte. A minha pretensão era passar pra Viçosa, mas não deu. Eu acho muito legal aqui. Tipo assim, a cultura daqui é muito diferente da de lá. Eu ainda estou me acostumando. As pessoas aqui são mais educadas (risos). Isso é sério! As pessoas aqui são muito mais educadas. E eu não tenho tanto medo de andar sozinha na rua quanto eu tinha lá. É sério! Eu estou morando aqui, não tenho família aqui e eu não estou tendo medo de andar aqui, por enquanto. Lá eu tinha medo de andar de short. Aqui também não dá pra andar sem short, né?! Por que aqui é muito quente. Mesmo lá sendo litoral, lá o calor é um pouquinho menos, tem vento. Aqui eu não preciso ficar escolhendo roupa pra vir. Eu ainda não encontrei muita dificuldade até agora, não. A única coisa é a localização. Seropédica é muito longe. Minha família aceitou bem, só um pouco chato porque eles ficam ‘ah, não anda sozinha’; ‘Não pega carona com homem’, essas coisas. A gente não pode nem ter liberdade para fazer essas coisas.
Ser mulher pra mim é ser alguém forte, alguém que tem que lidar com muitas coisas e ao mesmo tempo sobreviver com isso tudo. Não ficar reclamando de tudo. Consegue aguentar esse peso todo nas costas.”
Este depoimento faz parte da Série Mulher UFRRJ que, ao longo do mês de março, publicará histórias de mulheres que ajudam a construir e fortalecer a comunidade universitária da UFRRJ. As entrevistadas são selecionadas aleatoriamente pela equipe da CCS/UFRRJ e podem manifestar livremente suas opiniões e contar sua história com a Rural. Agradecemos a todas elas que concederam seu tempo, sua imagem e compartilharam sua história conosco.
Por Bruna Somma e Natália Loyola/CCS