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Aula Magna abre primeiro período de 2016 no Câmpus Nova Iguaçu
O Câmpus Nova Iguaçu realizou sua Aula Magna para ingressantes de 10 cursos de graduação no auditório do Instituto Multidisciplinar (IM), às 18h. Compondo a mesa diretora estava o vice-reitor da UFRRJ, Eduardo Mendes Callado; a pró-reitora de graduação, Lígia Cristina Ferreira Machado; e o Diretor do IM, Alexandre Fortes. O palestrante foi o ambientalista e professor do IM Mauro Guimarães.
Na abertura do evento, houve uma homenagem póstuma ao professor e chefe do Departamento de Ciências Jurídicas, Bruno Rodrigues de Almeida, de 37 anos, que faleceu na manhã da última segunda (29), decorrente de complicações do vírus zica. Os presentes fizeram um minuto de silêncio e a mesa diretora destacou a grande contribuição de Almeida para o Câmpus Nova Iguaçu e à Rural como um todo.
Na sequência, a mesa diretora deu as boas-vindas aos calouros e destacou a importância da UFRRJ na Baixada Fluminense ampliada, há mais de uma década, com a criação do câmpus da Universidade Rural no município de Nova Iguaçu, bem como a consolidação dos cursos ali alocados. Em seguida, a mesa diretora passou a palavra ao professor Mauro Guimarães.
O docente abriu sua fala expondo os métodos utilizados pela sociedade classificada por ele como “da Ciência e Tecnologia” para se desenvolver e atingir o progresso, além de como essa comunidade busca a felicidade. Para Guimarães, para conquistar seus objetivos, a modernidade acumula riqueza em nome da felicidade e isso resulta na degradação socioambiental, isto é, social e ambiental de forma conjunta, já que não se cabe mais pensar a problemática de forma isolada e sim com uma visão geral.
Além dos problemas ambientais e do risco eminente de extinção da vida planetária, o ambientalista apresentou dados da concentração de renda que contribuem negativamente no agravamento da situação. De acordo com os números, 1% da população mundial detém a metade da riqueza existente em nosso planeta. Da mesma forma, a sociedade que possui alto padrão de vida (10%) consome 86% da riqueza produzida por toda a humanidade. O resultado disso, segundo Mauro Guimarães, é o aumento da dominação e da exploração tanto do meio ambiente quanto do trabalho humano.
“O que será desse mundo se continuarmos com esse modelo de civilização?”, questionou Mauro.
Mauro Guimarães proferiu Aula Magna sobre Ambiente e Formação Profissional (Kleber Costa)
Para ele, o resultado será uma crise socioambiental ainda pior, passível de se tornar irreversível, já que o modelo adotado pela sociedade moderna, urbana e industrial se mostra insustentável.
Como reflexão aos novos estudantes, Mauro Guimarães evidenciou a responsabilidade de cada indivíduo e de sua área de atuação para a modificação da realidade que está posta no mundo; e o dever da Universidade na formação de profissionais cidadãos.
“Deve-se pensar numa formação que tem o objetivo de transformar o indivíduo em um cidadão melhor, capaz de atuar no mundo com o compromisso de fazer com que esse mundo seja viável para as futuras gerações”, comentou Mauro. “Sendo assim, calouros, é o momento de se colocar efetivamente na sociedade e decidir como será a interferência de vocês no mundo.”
A Aula Magna do professor Mauro Guimarães terminou após ele provocar os novos alunos para que busquem não somente uma formação técnica, mas uma formação cidadã que compartilha as responsabilidades na busca de um novo modelo de sociedade com uma visão desfragmentada e generalista.
Por Kleber Costa - Assessor de Comunicação da Prograd
Postado em 02/03/2016 - 15:22 - Atualizado em 03/03/2016 - 16:46