O evento aconteceu na manhã do dia 22/02, e contou com a presença da psicóloga Giselle Lessa e da assistente social Orly Lopes, que atuam no Núcleo de Apoio Psicossocial ao Estudante (Nape), vinculado à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes) da Universidade e à Coordenação Multidisciplinar de Assistência ao Estudante (Comae). Na atividade, foi preparada uma mesa de café da manhã ao ar livre para os presentes, enquanto os participantes trocavam experiências da sua vivência na horta comunitária, junto com as duas profissionais do Setor de Apoio Psicossocial ao Estudante (Seape).
A parceria entre a horta e o Nape aconteceu por intermédio da servidora técnico-administrativa agrônoma Maria Gabriela da Mata, do setor de Conservação de Parques e Jardins (SCPJ), uma das idealizadoras e uma dentre os coordenadores da horta comunitária. Junto da sua equipe de cinco bolsistas e um voluntário, a servidora do SCPJ e os dois trabalhadores terceirizados que atuam na horta, organizaram a ação terapêutica com o objetivo de promover a interação entre a comunidade universitária, para que todos tenham um local onde procurar ajuda, seja indo até a horta para colher folhas de plantas medicinais, seja para participar ativamente de todo o processo produtivo do local.
Segundo Maria Gabriela da Mata, o que a inspirou ir atrás dessa colaboração com o setor responsável pelo atendimento psicológico dos estudantes da Universidade foi o fato de ter observado que os alunos que se deslocam de seus lares, muitas vezes de outros estados, para o alojamento da UFRRJ precisam adquirir a responsabilidade de morar e cuidar de seus problemas sozinhos, prática que muitos ainda não experimentaram por serem tão jovens. A ideia da horta traz consigo não só um espaço limpo, transformado pelo projeto, mas acima de tudo, comunitário e acolhedor para esses alunos que muitas vezes não tem a quem recorrer em um ambiente dinâmico, rápido e cheio de responsabilidades.
A coordenadora do projeto também citou pesquisas que envolvem tanto a psicologia quanto as áreas agrárias que embasam a sua preocupação com os estudantes e legitimam a ação conjunta com o Nape. Uma dessas pesquisas, conduzida nos Estados Unidos por pesquisadores da Universidade do Colorado, aponta que quem participa da jardinagem coletiva aumenta a ingestão diária de fibras e incita a prática de atividade física, além de reduzir o estresse e a ansiedade. O estudo foi publicado na revista The Health e serve de referência para o aprofundamento de mais pesquisas na área.
A horta se tornou um refúgio para a comunidade universitária, para além dos benefícios terapêuticos de plantar e colher, o projeto também fornece bolsas que viabilizam a permanência desses estudantes na universidade pública. É o caso de Ana Paula Siqueira, estudante de engenharia florestal da UFRRJ e bolsista da horta comunitária. “O projeto hoje é muito importante principalmente para me manter na universidade. Hoje eu estudo aqui por conta de ser bolsista e o projeto é muito interessante para o dia a dia, para aprender coisas novas e aborda uma temática que eu não estaria em contato no curso de engenharia florestal’’, relata a estudante.
Um pontinho iluminado
Além dessa ação, a horta comunitária ou “horta da esquina”, como também é carinhosamente chamada pelos integrantes, tem parceria com diversos outros projetos dentro da Universidade. Dentre eles, está a compostagem de resíduos orgânicos vindos do Restaurante Universitário (RU) e o fornecimento de alimentos plantados e colhidos na horta para a alimentação dos estudantes.
Para se ter uma dimensão do tamanho do projeto, só no ano de 2022 foram reaproveitadas 42 toneladas de resíduos orgânicos do restaurante. Além dessa atividade, em novembro de 2023, a horta recebeu a visita de estudantes da Escola Municipal Professor Racy Ribeiro Morandi, localizada em Seropédica.
‘’A gente tá conseguindo ter várias frentes de projetos que avançam e unificam a Universidade. Então além de organizar um espaço e produzir o alimento, você também gera essa interação pessoal e a gente se fortalece enquanto Rural. O projeto tem uma identidade. As pessoas passam aqui e olham, se identificam, acham bonito e querem participar, então a gente tá sentindo que isso aqui tem um potencial muito grande e literalmente ilumina. É um espaço que chama atenção que as pessoas querem participar e traz uma coisa boa, um sentimento bom’’, revela Maria Gabriela.
A horta é uma ambiente comunitário onde a comunidade acadêmica pode interagir, recolher alimentos produzidos de forma orgânica e participar da construção de um ambiente mais acolhedor e único na universidade. “Então a nossa ideia é trazer cada vez mais pessoas. Que aqui seja mesmo um espaço comunitário, que tenha ideias diferentes onde a gente consiga ser um pontinho de iluminação’’, finaliza Maria Gabriela.
Serviço:
Conheça mais o projeto da horta comunitária pelo Instagram @hortaparquesejardins
Saiba mais informações sobre o Nape pelo perfil no Instagram @nape.proaes.ufrrj ou envie um e-mail com a sua dúvida para seape@ufrrj.br
Texto: Matheus Mendonça, bolsista da CCS
Edição e publicação: Fernanda Barbosa, jornalista e coordenadora da CCS/UFRRJ
Foto: Ana Paula Siqueira