Conhecimento para além dos muros acadêmicos. Na última sexta-feira, dia 14 de dezembro, a Casa Firjan, em Botafogo, abriu suas portas para a premiação do Concurso Friperj-Faperj-IPP voltado para teses e dissertações sobre o Estado do Rio e da Região Metropolitana. A premiação – que teve a figura do reitor da UFRRJ, Roberto Rodrigues, como presidente do Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Friperj) – condecorou os esforços de dois alunos da Universidade Rural.
As universidades são espaços voltados para a produção de conhecimento e extensão, onde grandes mentes se colocam no caminho da exploração das fronteiras acadêmicas e ganhos à sociedade. Nesse sentido, é dentro desses espaços que são produzidos diversos trabalhos e estudos que possam, de alguma forma, contribuir para o desenvolvimento social do estado em que se localizam e do país como um todo. Pensando nisso, Friperj, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e Instituto Pereira Passos (IPP) moveram esforços para premiar os melhores trabalhos acadêmicos desenvolvidos com a temática sobre o Rio de Janeiro.
O concurso acumulou um prêmio de 46 mil reais para as premiações. Ao todo 242 trabalhos foram autorizados, compreendendo 141 dissertações de mestrado e 101 teses de doutorado. A decisão contou, então, com 12 premiados, divididos em primeiro e segundo lugares de doutorado e mestrado; sete menções honrosas; e uma menção honrosa especial, dedicada a um trabalho que aborda a capital fluminense.
Na categoria mestrado, o primeiro lugar ficou com o trabalho “Trajetória Institucional e Desigualdade na Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, de Leandro Galheigo Damasceno, aluno da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Já a categoria doutorado teve a tese “Mães do Crack: desconstruções e deslocamentos”, de Zélia Freire Caldeira, aluna da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A Universidade Rural não ficou de fora e contou com dois alunos premiados: Alyne Fernanda Cardoso dos Reis e Filipe Vasconcelos Rocha. Como menção honrosa sobre a cidade do Rio de Janeiro, Alyne foi destaque com a dissertação “Patrimônio cultural e memória do subúrbio de Madureira-RJ: o mapeamento da cultura como ferramenta de valoração”. Sobre as dificuldades enfrentadas ao longo da trajetória e a importância de seu trabalho, a aluna da UFRRJ destacou: “Falamos de Baixada e de subúrbio. Então, fico muito feliz em estudar numa universidade local e ter um prêmio reconhecido e valorizado a partir de um território periférico do subúrbio do Rio de Janeiro como Madureira. Ter esse reconhecimento é um passo que foi dado para que a gente possa construir políticas públicas a partir das nossas pesquisas e dos nossos trabalhos”.
Ainda na categoria menção honrosa para mestrado, o mestre em Economia Regional e Desenvolvimento (PPGER-UFRRJ) Filipe Vasconcelos Rocha foi mais um premiado. “Só tenho a agradecer a Rural. Desde que entrei na graduação, foi uma experiência muito boa, assim como o mestrado. Receber esse prêmio é muito satisfatório para quem está iniciando a carreira acadêmica de pesquisa e de projetos”, valorizou Rocha.
Os trabalhos dos estudantes da Rural podem ser acessados nos links abaixo:
‘Necessidade de compartilhar ações’
O evento trouxe importantes figuras do cenário carioca e fluminense, e a mesa principal de premiação teve Roberto Rodrigues, como presidente da Friperj; Jerson Lima da Silva, presidente da Faperj; Tatiana Roque, secretária de Ciência e Tecnologia da Prefeitura do Rio de Janeiro; e Carlos Krykhtine, diretor executivo e representante do IPP.
“As nossas instituições científicas sediadas no Rio de Janeiro são uma riqueza inigualável desse estado e precisamos urgentemente utilizar isso para resolver os nossos problemas sociais e econômicos, que são tão graves”, disse Tatiana Roque.
O Friperj foi criado há um ano a partir da necessidade de junção de poderes das instituições públicas de ensino do Rio de Janeiro. Além da UFRRJ, a entidade reúne os reitores de mais nove instituições do estado: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Instituto Federal Fluminense (IFF), Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) e Colégio Pedro II.
“A partir do fórum entendemos a necessidade de compartilhar ações e colocar essas dez instituições em diálogo e proposição para pensarmos o país e o estado. Usar o conhecimento, a geração de ciência e a extensão para propor pautas políticas e sociais, mesmo diante das dificuldades enfrentadas por nós”, disse Roberto Rodrigues.
A expectativa é de que o prêmio se transforme em referência e seja destaque há dois anos. Mais do que isso, a intenção é reduzir cada vez mais os problemas enfrentados no cotidiano local através do ensino, da pesquisa e da extensão acadêmica.
“Temos, sim, condições, capacidade e obrigação de pautar o estado. A universidade pública, gratuita e de qualidade é, foi e será um patrimônio do nosso país”, completou o reitor da UFRRJ.
Texto: Rafael Gutierrez, bolsista de Jornalismo da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ)
Fotos: Isabela Soares, estagiária da CCS
Supervisão, revisão e edição: João Henrique Oliveira (CCS)