A influência dos algoritmos na conduta das pessoas é um tema que está na ordem do dia em nossas sociedades da informação e da tecnologia. Objeto de análise de variados campos do conhecimento – tais como a filosofia e as ciências sociais – o papel dos algoritmos também vem sendo explorado sob a ótica das ciências biológicas.
No artigo “Algoritmos, interação cérebro-máquina, inteligência artificial, darwinismo social, aprendizado, ódio, violência”, o professor Luís Carlos Reis, do Departamento de Ciências Fisiológicas (Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde/ICBS), encara essa discussão a partir dos avanços no conhecimento neurocientífico e no “estudo das relações entre encéfalos”.
“Na política – uma das mais complexas relações entre grupamentos de encéfalos – a escalada de informações muitas vezes destituídas de verdade provoca uma espécie de obnubilação cognitiva (resultante da intoxicação por algoritmos), às vezes associada à dissonância cognitiva”, escreve Reis em seu artigo. “Esse fenômeno conduz, por exemplo, à rejeição do posicionamento contraditório e de novas linhas de pensamento […]. A rejeição a uma nova concepção baseada no conhecimento e no estabelecimento do bem comum é confrontada com concepções por vezes ultraconservadoras que implicam tão-somente na preservação de interesses pessoais, ou de grupos da burguesia e elite dominante, e de movimentos religiosos e fundamentalistas. Motivados por isso, criam ondas de delírio (uma espécie de adição coletiva) que parecem significar que ainda detêm o domínio de sua narrativa reacionária, fundamentalista”.
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