O Centro de Inovação Tecnológica e Educação Inclusiva da UFRRJ (Citei), através de uma parceria com o Laboratório de Tecnologia Assistiva e Inclusão do INT, o Laboratório de Tecnologia Assistiva do Centro de Educação/UFRN e o Laboratório de Aprendizagem Robótica (LAR/UERN), foca no auxílio e no desenvolvimento de pessoas com deficiência intelectual, autismo e deficiência múltipla pela síndrome congênita do zika vírus. A Rural está entre outras 15 universidades federais contempladas pela Finep que irão receber R$ 2 milhões para a implementação do projeto, com potencial de gerar importantes impactos tecnológicos, sociais e econômicos.
O Centro de Inovação Tecnológica e Educação Inclusiva é um laboratório que integra pesquisadores de diferentes Institutos da UFRRJ, com a finalidade de criar novas técnicas computacionais para o desenvolvimento econômico, educacional e social da Baixada Fluminense. Coordenado pela professora Marcia Pletsch do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFRRJ (NAI/UFRRJ), que foi a responsável por inscrever o projeto, montar a equipe e submetê-lo ao edital da FINEP. Quando perguntada sobre a importância da iniciativa para a comunidade acadêmica e entornos, ela destaca que o Citei será o primeiro laboratório de Tecnologia Assistiva na Baixada Fluminense.
“O que é Tecnologia Assistiva?” Tecnologia Assistiva é o termo usado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover Vida Independente e Inclusão. (Fonte: Assistiva: tecnologia e informação)
Ao longo das últimas décadas no Brasil, foram desenvolvidas políticas públicas que focam no bem-estar e no desenvolvimento, sobretudo educacional, de pessoas com deficiência. Esse é o caso da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (2015). Com isso, surgem novas demandas para as instituições de ensino, que têm a responsabilidade de assegurar o direito de inclusão escolar a pessoas com deficiência ingressantes em quaisquer dos níveis de educação. E isso é justamente o que o projeto do Citei busca viabilizar.
Paulo César Corrêa, assistente administrativo na Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Proppg) salienta a contribuição que ações afirmativas como esta trazem para regiões periféricas. “No âmbito geral, a Baixada Fluminense é uma região reconhecida por seus problemas sociais, habitacionais, educacionais, de segurança pública e que carece de serviços de qualidade para toda a população. Abarcar um projeto desse modelo trará impactos econômicos e sociais sem precedentes para a região”, afirmou.
O plano de trabalho foi dividido em 10 passos, dentre eles, está o atendimento de alunos com deficiência da Baixada Fluminense, além de Natal e Mossoró, no Rio Grande do Norte. Na primeira região, serão formadas equipes para atuar em 11 redes de ensino do Fórum Permanente de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva da Baixada e Sul Fluminense (FPEEBF). A professora Lúcia dos Anjos, do Departamento de Solos, Instituto de Agronomia (IA), uma forte incentivadora da participação no edital da Finep pontua: “A equipe executora possui grande experiência, qualificação e dedicação; portanto, é de grande importância para os laboratórios envolvidos. Se apoiado pela UFRRJ, com a contrapartida devida, colocará a Universidade em posição de destaque no cenário nacional no tema de tecnologias assistivas, permitindo a formação de profissionais qualificados em vários cursos e níveis, do ensino básico à pós-graduação”, conclui.
A proposta é utilizar o modelo biopsicossocial da CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde) que ajuda a avaliar se as barreiras que os ambientes sociais possuem são muito mais limitantes à participação social de uma pessoa do que a sua deficiência. A partir dessa delimitação, a pesquisa se dedica à criação de ferramentas tecnológicas e educacionais que auxiliem na criação e manutenção de políticas afirmativas, promovendo maior qualidade de vida a pessoas com deficiência.
O resultado do Edital da Finep, as Universidades contempladas e seus respectivos projetos podem ser vistos aqui.
Por Nicole Lopes, bolsista da CCS/UFRRJ