A cidade de Petrópolis iniciará a primeira etapa do projeto de sistema de macrodrenagem que vai melhorar o escoamento de águas dos rios Quintadinha, Palatino e Piabanha, minimizando os alagamentos durante os temporais no Centro Histórico de Petrópolis.
O projeto, que prevê intervenções em toda bacia hidrográfica da cidade, é de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e será realizado conforme acordo homologado na 4ª Vara Cível de Petrópolis. O acordo tem respaldo de pesquisadores e acadêmicos dos cursos de Engenharia e Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), dentre outros técnicos.
O projeto de macrodrenagem prevê não apenas intervenções nos rios, mas também um trabalho extenso de recuperação na bacia hidrográfica da cidade. São obras, como a revitalização do Túnel Extravasor do Palatino, intervenções de engenharia que melhorem a hemodinâmica para reduzir a velocidade das águas durante os temporais, combate ao assoreamento com serviços de dragagem, dentre outras etapas.
O professor do Departamento de Geografia da UFRRJ, Heitor de Farias, ressalta que as obras de engenharia ajudarão a remediar as consequências das chuvas intensas, mas a recuperação ambiental e capacitação social são fundamentais para a redução do risco diante dos eventos pluviométricos de grande magnitude. “Isso significa ampliar as características naturais da bacia hidrográfica, sobretudo nas encostas, impedindo a ampliação das áreas ocupadas pela população, com controle da mudança do uso e ocupação do solo. Associado a isso, impõe-se a implementação de programas de conscientização ambiental, capacitação de líderes comunitários que possam ampliar a difusão de informações sobre eventos climáticos extremos, tendo como resultado a diminuição de riscos sobre a população”, concluiu.
Já o professor de Ciências Atmosféricas da UFRRJ, Andrews José Lucena, cita que, historicamente, as chuvas no estado do Rio de Janeiro trazem muitas mazelas sociais e ressalta que as condições físicas e a localização geográfica da região metropolitana do Rio favorecem o acúmulo de chuvas, como têm ocorrido em Petrópolis. “Do ponto de vista da meteorologia e da geografia física, a região sempre será afetada. É necessário um gerenciamento da ocupação urbana e rural do espaço de Petrópolis pelo poder público, seja por parte do Estado ou do Município”, pontuou o docente.
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