O câmpus Seropédica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) é um dos maiores câmpus universitários da América Latina. No período de pré-pandemia, chegava a receber diariamente uma população estimada de 17 mil pessoas.
Com a pandemia de Covid-19, muitos dos que ingressaram em cursos de graduação e de pós-graduação na instituição não puderam conhecer presencialmente os locais em que acontecem as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Diante das restrições impostas pela pandemia, a estudante do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO/UFRRJ), Stephanie Leal, desenvolveu o projeto Storymaps, uma ferramenta virtual que reúne a possibilidade da localização com informações e imagens dos prédios do câmpus Seropédica.
A ferramenta utiliza uma imagem de satélite do território da Universidade em Seropédica em que são pontuados os locais de destaque do câmpus. Cada um destes ganha imagens aproximadas de suas fachadas, além de textos de descrição.
“O Storymaps permite uma visita virtual ao câmpus sede da UFRRJ. A partir da geovisualização, é possível ter acesso a imagens e outras informações relevantes. Realizamos um trabalho de campo com registros fotográficos de 42 pontos de interesse sobre o câmpus. Além da coleta no campo, foram reunidas referências textuais encontradas no portal de notícias da UFRRJ e em alguns vídeos postados nas redes sociais”, explica Stephanie.
O projeto, originalmente criado durante a pandemia para que os estudantes conhecessem o câmpus de forma virtual, ganha novas funcionalidades com o retorno gradual e seguro às atividades presenciais e poderá ser utilizado para localização nos mais diversos espaços do câmpus.
“Em 2020, minha monografia foi a apresentação de um Storymaps do câmpus com apenas 33 pontos de interesse. Na pesquisa de mestrado, os pontos foram ampliados para os atuais 42”, diz Stephanie.
Para realizar uma visita virtual ao câmpus Seropédica, clique aqui.
Saiba mais sobre a produção de mapas
A criação de um mapa é um processo com diferentes passos, desde o conteúdo, a base cartográfica, a escala e a projeção que serão usadas. Mas nada disso é feito sem antes definir o propósito pelo qual esse guia existe e qual formato ele vai receber. Pode ser um mapa cartograficamente mais fiel ao território que ele representa, um mapa turístico, com desenhos mais lúdicos e uma sugestão do que é a realidade, um mapa virtual, que tem se tornado cada vez mais comum, ou ainda um mapa tátil.
Juliana Moulin, professora do curso de Agrimensura e coordenadora da área de Cartografia e Geoprocessamento do Departamento de Engenharia, do Instituto de Tecnologia (IT/UFRRJ) e que também atua em pesquisas em Cartografia Tridimensional, fala sobre as necessidades de estudantes e frequentadores dos câmpus. “Acredito que, por se tratar de um público universitário, a maior necessidade seja de um mapa que os permita se localizarem e se locomoverem no espaço possibilitando também a obtenção das distâncias aproximadas entre as edificações mais relevantes. Um mapa turístico, mais lúdico, não permite essas funcionalidades, e por isso, não é tão eficiente para este público”, diz.
O professor do Departamento de Geografia do Instituto Multidisciplinar (IM/UFRRJ) e pesquisador de Cartografia Temática, Sérgio Fiori, reitera a necessidade de produtos que auxiliem as pessoas a se localizarem no espaço e que sejam de fácil compreensão para leigos na semântica cartográfica. “O mapa pode ser figurativo, mas precisa em essência informar sobre o espaço, tendo assim, um mapa-base que represente mais fielmente as vias”, afirma.
Todos os anos diversos projetos cartográficos são produzidos em trabalhos de conclusão de curso (TCCs) e em projetos de mestrado na Universidade, como por exemplo mapas táteis e interativos. Se você tiver ou conhecer um projeto nessa linha, envie um e-mail para comunicacao@ufrrj.br.
Por Lucas Santana, estagiário do curso de Jornalismo da UFRRJ.
Edição: Michelle Carneiro, CCS/UFRRJ.