Com a penetração do homem no meio ambiente antes não invadidos, como as florestas, por exemplo, os animais tiveram que conviver com a interferência da ocupação do espaço pelo homem em seu meio equilibrado.
A procura de alimentos, a tomada (ocupação) de lugar para agricultura e pecuária, madeira e caça; além da implantação de moradias fez com que os animais, que viviam em um sistema em equilíbrio, tornassem parte de um “problema”. O homem, em sua invasão colonizadora, tornou muitas vezes o sistema, um confronto desigual, onde estradas tornaram-se parte instrumental, que provoca até os dia de hoje fator de desequilíbrio, causador de perdas das vidas de animais e descontinuidade para algumas plantas, que não se adaptaram à invasão do homem, ou mesmo que utilizam o espaço cortados pelas estradas!
Essas perdas tornaram-se maiores com o avanço do progresso, o qual vai adentrando cada vez mais e provocando maior desmatamento (pois não só pelos rios, mas também e, principalmente, a escoação de madeiras é feita pelas estradas). Como resultado, na maioria das vezes sem o controle necessário, tornando ainda mais rápidas as ruas e estradas, diminuindo as chances de os animais escaparem de dia e, assim como durante a noite, quando os faróis, cegam os animais, os quais ficam atônitos com a claridade, agravando mais os riscos de provocar a morte ou sequelas nos animais expostos ao perigo.
É de suma importância a redução da velocidade dos veículos com, dentre outros artifícios, a estimulação de consciência ambiental e colocação de anteparos físicos para a redução das mortes dos seres que ali habitam ou mesmo estão de passagem.
A construção de escapes, como túneis e passarelas próprias para algumas espécies, pode ser uma alternativa adjuvante; porém dependendo da quantidade de fugas, vai submeter as presas a terem um caminho viciado, o que facilitaria ao predador; causando a diminuição do meio da pirâmide alimentar, causando um desequilíbrio geral!
Texto de autoria de Márcio Augusto Pereira de Andrade, Médico Veterinário e funcionário da UFRRJ