Pela segunda vez consecutiva no ano de 2015, a UFRRJ se destaca na cerimônia de encerramento das atividades do Projeto Rondon. A Rural atuou entre os dias 17 e 30 de julho no município de Rio Maria (PA), com a Universidade do Vale do Itajaí (SC). Na cerimônia de encerramento, sob aplausos acalorados dos mais de 300 rondonistas presentes em Marabá (PA), o general do Ministério da Defesa chegou a se emocionar (junto com outros militares e a plateia) com a apresentação realizada pelas duas instituições sobre o município de Rio Maria. Na operação de janeiro, a aluna Sônia Maria Passos, do curso de Administração Pública, foi escolhida para representar os alunos rondonistas e recebeu o certificado das mãos do general daquela cerimônia. Em julho, o professor Breno de Paula Andrade Cruz (Administração Pública), elaborou o roteiro da apresentação das duas instituições na cerimônia de encerramento. Segundo o professor:
— Quando a UFRRJ foi aprovada no edital da Operação Itacaiúnas e a seleção de rondonistas foi aberta, recebi um email de uma aluna de Agronomia dizendo ser paraense e que o Rondon tinha passado pela cidade dela. Chamei a Thays Carmo Sodré para uma entrevista e ali eu já tinha mais um membro que se somava aos alunos Luciano Júlio Matheus e Silvia Renata Duarte (Administração Pública) que foram coautores da proposta aprovada pelo Ministério da Defesa. A Thays disse que quando o Rondon passou por sua cidade, perguntou à professora Marisa (Universidade Estadual do Norte do Paraná) o que eu deveria fazer para ser rondonista. A Rural foi sorteada para ser uma das instituições que faria a apresentação na cerimônia de encerramento. Explorei ao máximo os talentos culturais de Thays (ela dança Carimbó, canta, toca violão e flauta doce) e sendo nossa atuação no eixo de Educação, Cultura, Saúde, Direitos Humanos e Justiça, planejei atividades que poderiam explorar seus talentos com a comunidade de Rio Maria, assim como seus conhecimentos técnicos. No terceiro dia de inserção no quartel militar em Marabá, Thays informou ter encontrado a professora da UENP que tinha ido ao Projeto Rondon em sua cidade. Naquele momento, automaticamente pensei: nosso vídeo tem que ter no início uma criança que fale espontaneamente que quer ser rondonista, um conjunto de imagens apresentado pelas duas instituições com as fotos e vídeos produzidos pelos alunos das duas equipes durante a inserção em Rio Maria; e, depois do vídeo, a Thays entrando e dizendo que o sonho daquela criança foi um sonho dela um dia, e, que hoje, ela era também rondonista. Em seguida, ela dançaria Carimbó, dança típica do Pará, e ao final chamaria a professora Marisa para receber um presente como forma de reconhecimento daquele trabalho. Duas semanas depois do surgimento daquela ideia, tudo aquilo foi executado e a professora subiu ao palco emocionada, uma cena que emocionou rondonistas, o general e outros membros do Ministério da Defesa.
Segundo os responsáveis pela Operação Itacaiúnas, o que se viu naquela apresentação foi a materialização de uma resposta às muitas perguntas que surgem com as ações do Projeto Rondon, visto que muitas pessoas querem entender qual sua finalidade. Segundo eles, o resultado prático estava ali no palco: uma aluna que teve contato com o Rondon há alguns anos e conseguiu transformar seu sonho em realidade e, junto com sua instituição, plantar outras sementes como aquelas deixadas há anos em sua cidade natal.
Nas palavras do professor Breno de Paula Andrade Cruz:
— O que recebemos de feedback do Ministério da Defesa destaca uma análise positiva de toda nossa ação. Selecionei uma equipe multidisciplinar espetacular. O Luciano foi essencial na gestão e preparação da nossa ida ao campo. Richard Andrade (Arquitetura) tem um talento que vai para além de suas habilidades gráficas na elaboração de todo material gráfico da UFRRJ na operação Itacaiúnas, demonstrando uma capacidade técnica incrível ao ensinar teatro junto à Gildete Dias (Psicologia) na desconstrução da violência entre crianças e adolescentes. Com este mesmo propósito, Gildete usou da capoeira para discutir e disseminar ideias da cultura de paz em Rio Maria. Já Priscilla Paixão (Ciências Biológicas), além de ser a responsável pelo eixo Saúde no nosso projeto (Dia S – de Saúde; Calendário informativo das principais doenças e profilaxias; e o Jogo da Vida – explicar ludicamente às crianças formas de prevenção de algumas doenças), ficou também responsável pela Oficina de Ginástica Rítmica, visto que na entrevista ela disse que na infância ela praticou tal esporte; evidenciando, como todos os demais, que além do conhecimento técnico oferecido nos seus cursos de graduação, o rondonista da UFRRJ tem que ter um algo a mais. Silvia (Administração Pública), é o tipo de rondonista que eu quero sempre ter na minha equipe: além de sua oficina LixArte ter sido um sucesso, ela transforma lixo em arte e promove geração de renda, Silvia ajudou os outros integrantes da Rural, e acabava ajudando a outra equipe, ela não parava. Rafael Moura (Engenharia Ambiental), junto com Thays, conduziu a oficina de flauta doce e seus alunos fizeram uma linda apresentação no último dia do Rondon em Rio Maria. Já o João Paulo Ramos (Engenharia Florestal) é um outro grande talento dentro da equipe, tanto pela sua criatividade quanto pela capacidade técnica e pela sua proatividade. Aquela sensação de não se preocupar porque o resultado será entregue da melhor maneira possível e de forma criativa é o que vejo em João Paulo; e é muito bom ter um profissional como este na sua equipe. Parabéns, equipe UFRRJ, por sua participação destacada mais uma vez no Projeto Rondon.