Completamos 35 dias de suspensão das atividades na UFRRJ. Foram dias nos quais demonstramos a força de nossa Universidade. Organizamo-nos para enfrentar a pandemia, seguindo as recomendações dos órgãos competentes de saúde e do nosso Comitê de Trabalho sobre o Novo Coronavírus. Além de elaborarmos orientações para o trabalho remoto, produzimos e distribuímos álcool na Baixada Fluminense, os setores especializados oferecem apoio psicológico à comunidade universitária, estamos fabricando máscaras de proteção, professores e estudantes realizam ações de divulgação sobre diversos temas nas redes sociais, e temos mais de 150 atividades de extensão cadastradas para serem desenvolvidas a partir desta semana.
Como somos uma das poucas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) com quase todas as ações realizadas digitalmente, podemos exercer diversas atividades remotamente, dar sequência ao fluxo de processos, diminuir os impactos do distanciamento, bem como nos aprimorar no uso do Sistema de Informação de Gestão (SIG).
Nesse período, superamos desafios como esvaziar os câmpus, apoiar alunos vulneráveis e manter nossas atividades essenciais. Por outro lado, como decidimos remanejar bolsas para planos de trabalho remoto, mobilizaremos um apoio acadêmico extraordinário. Temos 6.717 bolsistas de graduação com recursos próprios, distribuídos em 32 editais. Somos uma das Ifes com maior proporção de estudantes bolsistas do país.
Infelizmente, fomos obrigados a suspender as obras em curso. Estávamos preparados para inaugurar várias delas ao longo deste ano, mas o adiamento foi necessário para a preservação da saúde dos trabalhadores envolvidos nos projetos.
O momento atual é de iniciarmos discussões sobre os próximos meses. Temos consciência de que superada a pandemia, estaremos diante de um novo mundo, que exigirá novos saberes e competências. Como não há previsão de retorno às atividades normais, urge avaliarmos nosso potencial em avançar no uso de sistemas que nos permitam realizar atividades remotas com mais qualidade. Esta é uma das maneiras de vislumbrarmos nossas ações para horizontes mais amplos.
Durante o primeiro mês de isolamento no Brasil, a população percebeu o papel estratégico do Estado em articular respostas ao enfrentamento dos grandes desafios socioambientais. Em momentos de insegurança e medo, buscamos apoio na ciência, nos sistemas públicos de saúde, na rede de proteção social, não no charlatanismo ou no anticientificismo. Como consequência, setores públicos devem sair politicamente fortalecidos deste período.
A UFRRJ demonstra resiliência, responsabilidade e dinamismo durante este período crítico. A Universidade está viva, atenta e preparada para futuros desafios, como o de enfrentar retrocessos autoritários.
Seropédica, 20 de abril de 2020.
Reitoria da UFRRJ