Por Ricardo Portugal (*)
Trabalhando com o Centro de Documentação e Imagem do Instituto Multidisciplinar (Cedim/IM/UFRRJ), o pesquisador americano Travis Knoll participou, ao lado das bolsistas Ingrid Nogueira e Carolina Mendonça, de entrevistas com líderes dos movimentos negros da Baixada Fluminense que atuam no interior da Igreja Católica progressista.
Travis é ligado a Duke University (EUA) e o estudo foi possível graças ao convênio entre as duas instituições, celebrado em 21 de agosto de 2017. A parceria prioriza o estabelecimento de uma relação de cooperação por meio de mútua assistência nas áreas de educação, ensino e pesquisa, intercâmbio de docentes e discentes e capacitação do corpo técnico.
As entrevistas coordenadas por Knoll foram produzidas pelas bolsistas Ingrid e Carolina. As duas foram selecionadas a partir de um processo seletivo organizado pela coordenadora do Cedim, Maria Lúcia Bezerra da Silva, doutoranda em História pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Tal seleção levou em conta os interesses acadêmicos dos estudantes, a qualidade de redação e a necessidade financeira dos candidatos. Além desse projeto, Maria Lúcia também coordena diversos outros pelo Cedim, como a digitalização de revistas internacionais e de documentos da Diocese de Nova Iguaçu, relacionados à luta pelos Direitos Humanos na Baixada durante a ditadura militar (1964-1985). Segundo ela, o convênio celebrado entre a Duke e a Universidade Rural dá aos jovens um “sentido de pertencimento” sobre o conhecimento gerado e adquirido acerca desta região.
Disponível para pesquisadores
De acordo com Travis, as entrevistas produzidas por Ingrid e Carolina o ajudaram em sua tese de doutorado e serão disponibilizadas em texto e no formato áudio para pesquisadores futuros. Elas revelam informações sobre o ativismo dos líderes comunitários da Baixada Fluminense, confirmando a existência de referenciais históricos regionais pouco difundidos entre os moradores da região.
Ambas as bolsistas ainda estão no início do trabalho e não escolheram suas especializações de estudo. Mas Ingrid tem mostrado interesse para além da Baixada e dos movimentos sociais, atingindo a história da diáspora africana. Já Carolina está inclinada aos temas ligados ao período colonial e contemporâneo brasileiro.
O pesquisador Travis Knoll revelou que este processo ajuda a resgatar a história da região e tem lhe propiciado o acúmulo de experiências na orientação e nos processos seletivos, além do apoio na materialização de pesquisas verticalmente integradas.
(*) Coordenadoria de Comunicação Social (CCS/UFRRJ) e Assessoria de Imprensa do IM