A Reitoria e a Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro promoveram, nos dias 14 e 15 de agosto, as Aulas Magnas do segundo período letivo de 2017. Em Seropédica, na terça (15), em dois horários, “Força é igual massa vezes imaginação” foi o gancho dado pela professora de Física do Cefet/RJ para falar sobre os paradigmas da educação brasileira e desmitificar as diferenças existentes entre as Ciências Humanas e Exatas. Já no Instituto Multidisciplinar (IM), em Nova Iguaçu, o evento começou às 18h30, da última segunda-feira (14), e debateu a temática da expansão do Ensino Superior para a Baixada Fluminense.
Os novos membros da Comunidade Acadêmica da Rural foram muito bem recebidos antes mesmo de adentrarem no auditório do Câmpus Nova Iguaçu para acompanharem a Aula Magna. Os bibliotecários Luiz Fernando Corrêa e Rosangela Maria do Nascimento, da Biblioteca do Instituto Multidisciplinar (IM), prepararam uma mesa com deliciosas guloseimas não somente para os calouros, mas também para veteranos, professores e visitantes. Eles entregaram um panfleto de divulgação da Biblioteca com um convite muito especial: para que as pessoas conheçam e utilizem o espaço e o acervo para adquirirem mais conhecimento.
Já no auditório, a mesa de abertura da solenidade foi composta e presidida pelo reitor, Ricardo Luiz Louro Berbara, acompanhado do pró-reitor de Graduação, Joecildo Francisco Rocha; da pró-reitora adjunta de Extensão, Gabriela Rizo; e do vice-diretor do IM, Marcos Benac.
A estudante do 8º período de Pedagogia Carine Resende, em nome do Diretório Central dos Estudantes, convidou os ingressantes a participarem mais ativamente das causas estudantis, como a luta pela manutenção da qualidade do Ensino Público, além da ampliação da oferta de vagas no Ensino Superior, especialmente na Baixada Fluminense.
Em suas falas de boas-vindas tanto Berbara quanto Benac destacaram a produção acadêmica do IM nos últimos anos, que se destaca frente a outros institutos da UFRRJ no que diz respeito a quantidade de projetos e pesquisas realizadas. O reitor, ainda durante seu pronunciamento, foi enfático ao relembrar o atual cenário político do País, desde o impeachment, que tirou do poder a ex-presidenta Dilma Rousseff, e relacionou o acontecimento com os impactos sofridos na democracia brasileira. Berbara comentou ainda sobre os cortes financeiros que todas as universidades vêm sofrendo nos últimos anos. Ele finalizou com uma mensagem de otimismo dizendo aos ingressantes do segundo período letivo de 2017 para que vivessem intensamente não só a universidade, mas também a formação cidadã construída fora do ambiente acadêmico e dentro do convívio social.
O “Custo da Oportunidade”
Os palestrantes do “O Custo da Oportunidade” foram o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRRJ, Alexandre Fortes, a professora da Duke University (EUA) e antropóloga Katya Wesolowski, e o professor John French, também da Duke University (EUA). Participaram também deste segundo momento o cineasta, rapper, educador comunitário e fundador da ONG Enraizados, Dudu de Morro Agudo, e a aluna da Duke University Stephanie Reist. Os dois produziram o filme “The Cost of Opportunity”, que foi exibido no final do evento.
De acordo com Alexandre, a parceria da UFRRJ com Duke University se iniciou, há alguns anos, a partir de um projeto de pesquisa em que as duas instituições trabalharam de forma cooperativa. O pró-reitor disse ainda que neste momento o projeto busca organizar um movimento que possa resistir a atual conjuntura política e econômica que tem retirado importantes direitos sociais, principalmente dos trabalhadores em sua maioria assalariados, e desmontado a Educação e Saúde Pública por todo o país.
Alexandre recordou ainda que os governos de Lula e Dilma conseguiram fazer com que 18% de estudantes, de até 24 anos, egressos das camadas populares, ingressassem no ensino superior público e privado, apesar do país estar atrasado em relação ao acesso dos jovens ao Ensino Superior, quando comparado a outras nações, inclusive da própria América do Sul. Antes, de Lula e Dilma, de acordo com Fortes, menos de 9% dos jovens com o mesmo perfil ingressava o Ensino Superior. Para Alexandre, com a redução dos repasses das verbas de custeio para as universidades, todo o avanço social conquistado na última década está em risco. A fim de reverter esta situação, ele diz ser de extremamente importante que a sociedade se organize e defenda tais conquistas e lute por maiores avanços, e mais, que isso aconteça em conjunto com a universidade.
John French, durante sua participação, destacou a parceria entre Duke e UFRRJ, que permitiu que estudantes das duas instituições fizessem intercâmbio na universidade parceira adquirindo conhecimento e vivência cultural diferenciada.
Em seguida, Kátya Wesolowski ressaltou que a educação é fundamental para qualquer sociedade em desenvolvimento. Segundo a pesquisadora, que vive e está em contato constante com o subúrbio do Rio e com a Baixada Fluminense, a expansão do Ensino deve acontecer, sobretudo, em áreas carentes, como essas em que ela circula. Para Kátya, somente com uma educação de qualidade é que essas comunidades terão um avanço social significativo.
Por fim, a estudante Stephanie Reist e o rapper Dudu de Morro Agudo comentaram sobre o filme “The Cost of Opportunity”. De acordo com os produtores, o objetivo do filme é incentivar que jovens do Ensino Médio despertem o interesse e sejam incentivados a ingressarem na Universidade. Na sequência, houve a exibição da produção audiovisual que está disponível no YouTube, acesse.