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Portal UFRRJ > INSTITUCIONAL > Notícia > Livro revela ação da ditadura militar na Baixada Fluminense

Livro revela ação da ditadura militar na Baixada Fluminense

Em evento ocorrido em 18 de janeiro, no auditório do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ, foi lançado o livro “A Baixada Fluminense e a ditadura militar – movimentos sociais, repressão e poder local”, da Editora Prismas. Organizado pelos professores Jean Sales e Alexandre Fortes, a obra – agraciada com a Menção Honrosa no XV Prêmio Baixada 2016, na categoria Produção Acadêmica – reúne textos de diversos professores. O conteúdo é fruto de pesquisas, teses e estudos sobre os mais variados espaços geográficos que compõem o território da Baixada Fluminense, uma área historicamente marcada por um ambiente que mistura exclusão social e violência urbana e rural.

 

O fato que tornou possível a compilação de diferentes visões numa só publicação foi o contexto transversal em que os textos foram desenvolvidos por seus autores, ou seja, a ação repressiva na Baixada Fluminense de um regime de força imposto por um golpe de Estado desfechado pelos militares em abril de 1964, que pôs fim à democracia e ao governo constitucional do ex-presidente João Goulart (Jango).

 

Um dos organizadores do livro, o professor Jean Sales ressaltou que há diversos aspectos positivos da presente obra. Ele destacou dois: o primeiro diz respeito à própria UFRRJ em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, personificada pelo Instituto Multidisciplinar (IM), cuja existência do curso de História incentivou muitos estudantes de graduação a pesquisarem e estudarem a história da região. O docente considera que a criação da Rural na Baixada favoreceu a existência do próprio Centro de Documentação e Imagem (Cedim), voltado para o registro da história da Baixada.

 

Além disso, o historiador destaca que próprio livro surge como uma contribuição à história da ditadura militar, não só na Baixada, como também em todo o Brasil. Ele terá o papel de mostrar a diversos estudiosos do período como o regime autoritário implantado a partir de 1964 agia localmente e como se deu a resistência popular a ele.

 

O outro organizador do livro foi o professor Alexandre Fortes, atual diretor do IM. Para ele, a obra foi o resultado de um trabalho natural de pesquisa e orientação que vem sendo desenvolvido há algum tempo entre os alunos do IM. Aos poucos, fontes variadas foram sendo localizadas e, graças à organização do Cedim foi possível dar maior visibilidade a essas pesquisas. Ele opinou que o livro cumpre um papel de preencher uma lacuna e de reforço na revelação de um período de trevas na política brasileira, que foi o ciclo militar autoritário implantado no país a partir do golpe de 1964, mas não de uma forma definitiva, uma vez que a obra incentiva a produção de novas pesquisas sobre o tema, possibilitando a geração de desdobramentos a partir dos contatos que estão sendo feitos no processo de divulgação desse trabalho.

 

Papel da igreja

 

A mesa foi coordenada pelos docentes Jean Sales e Alexandre Fortes, sendo composta também pelos professores Alexander Souza Gomes, Allofs Daniel Batista, Felipe Augusto dos Santos Ribeiro e Adriana Maria Ribeiro –  autores de artigos contidos no livro.

 

O primeiro palestrante-autor foi o professor Alexander Souza Gomes. Mestre em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ele falou sobre o tema de seu artigo intitulado “Interdependência entre religião e política no bispado de Dom Adriano Hipólito no âmbito da Ditadura Civil-Militar”. O trabalho foi resultado de um desdobramento de sua dissertação de mestrado, defendida no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Uerj em 2012. Seu foco centrou-se nos artigos e discursos proferidos por Dom Adriano Hipólito no jornal “A Folha”, lançado em 1964, e também no Boletim Diocesano, a partir de 1969.

 

O professor Alexander conta que seu trabalho retrata em grande medida aquele período conturbado, em que a Diocese de Nova Iguaçu era alvo de ataques e retaliações, vindos da ditadura e seus órgãos de repressão. O autor faz também uma análise antropológica do Memorial dedicado a Dom Adriano, inaugurado em 1997 e que se encontra no interior da Matriz, a Catedral de Santo Antônio de Jacutinga, no centro de Nova Iguaçu. Foi através dessa pesquisa em documentos contidos nesse memorial que o pesquisador procurou traçar um paralelo nas relações do universo religioso e a esfera política da região, nos desdobramentos da ação pastoral da igreja e a luta por melhores condições de vida na Baixada Fluminense, passando pelo ativismo comunitário com o Movimento Amigos de Bairros (MAB) e pelos sindicatos de trabalhadores.

 

A pesquisa procurou destacar a importância da ação de Dom Adriano, como maior expoente local da Igreja Católica que procurava dar e buscar respostas ao contexto reinante de pobreza, miséria, violência e exclusão social em que a região vivia (e ainda vive) mergulhada. O bispo, com isso, defendia uma igreja que fosse capaz de compreender e vivenciar os problemas sociais enfrentados pela população pobre local. Por sua atuação pastoral voltada para os mais necessitados e para a formação da consciência dos leigos, Dom Adriano foi alvo de represálias por parte da ditadura, que certa vez o sequestrou e o torturou, deixando-o despido e pintado de vermelho num matagal em Jacarepaguá. Seu carro foi explodido por uma bomba na porta da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no bairro da Glória, Rio de Janeiro.

 

Além disso, igrejas de Nova Iguaçu foram alvo de pichações que acusavam o religioso de ser “comunista”, culminando com a explosão de uma bomba que destruiu o sacrário no interior da Catedral de Santo Antônio de Jacutinga. O autor aponta, por fim, que o bispo queria uma evangelização voltada para a geração de uma “Igreja-povo”, engajada e em sintonia com os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Isso descontentou alguns setores da sociedade, sobretudo a ala conservadora da Igreja, os militares de direita e a elite reacionária de Nova Iguaçu, os quais não viam com bons olhos o trabalho pastoral de conscientização cristã e política desenvolvida naquela época pela Diocese de Nova Iguaçu.

 

Poder local

 

O segundo autor a proferir palestra no evento foi o professor Allofs Daniel Batista, com o tema “Onze prefeitos em onze anos: das vitórias do MDB à hegemonia arenista – 1964/1975”. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), ele nos contou que sua pesquisa foi a origem de seu trabalho de dissertação de conclusão do curso de Licenciatura em História, no IM, em 2011.

 

O professor Allofs Daniel destacou que enfrentou dificuldades de acesso às fontes primárias de sua pesquisa, pelo fato de não haver memória política na Baixada Fluminense. Há uma aridez muito grande para quem deseja pesquisar qualquer assunto, sobretudo a vida política local. Outra dificuldade reside no fato de se convencer as pessoas a falarem sobre o assunto.

 

Ele destacou que havia uma relação não direta entre a curta duração dos mandatos e a ação popular, no contexto da cena política iguaçuana. Esse aspecto também se repetia em Nilópolis, São João de Meriti e Duque de Caxias, os quatro municípios que existiam na Baixada à época do golpe militar de 1964. O fato político predominante, segundo o professor, eram as ações políticas de gabinete, tomadas a portas fechadas e que depois eram encenadas publicamente, na forma de denuncismo e perseguição a adversários políticos.

 

Ao longo da primeira parte de sua pesquisa, o autor pôde observar que os eleitos eram cidadãos vinculados a movimentos sociais, partidos progressistas, e que eram aos poucos retirados de seus cargos e postos de mando. Paulatinamente eram substituídos por pessoas confiáveis ou de alguma forma ligadas ao regime militar vigente. Nova Iguaçu, portanto, não era exceção. A cidade seguia uma espécie de rito, comum em outros municípios da região.

 

Casos emblemáticos foram os dos ex-prefeitos Ary Schiavo e Joaquim de Freitas. O primeiro, político progressista e ligado ao trabalhismo de Jango, foi afastado em 1967 pela Câmara Municipal de Nova Iguaçu por – dentre diversas acusações – ter se ausentado da cidade para ir a um congresso de prefeitos no norte do país, apesar da própria Câmara o ter autorizado a representar a cidade naquele evento. O segundo, político arenista e afinado com os golpistas de 64, foi rechaçado por ter sofrido acusações de práticas corruptas em sua gestão, em meados da década de 70.

 

De acordo com o autor, pode-se afirmar que personagens da Vila Militar, com atuação na política regional, influenciavam nos destinos políticos iguaçuanos em busca do atendimento a interesses pessoais. O fato de um militar relacionar-se com políticos civis para afastar fulano ou beltrano do cenário político-partidário não significava um relacionamento meramente político. Havia um viés econômico nessa conjuntura.

 

Outra constatação do professor Allofs está ligada ao fato de que determinados oficiais militares da Vila Militar pressionavam as câmaras municipais da Baixada a afastar do poder os oposicionistas, adversários dos políticos que andavam de braços dados com a ditadura militar. Um dos exemplos mais notórios é o do coronel José Ribamar Zamith, que foi cunhado do interventor e ex-prefeito de Nova Iguaçu, Ruy de Queiroz.

 

Em seu trabalho, o autor aponta que o regime militar abriu portas e janelas para a atuação dos interesses mais variados. As estratégias de dominação conjugadas entre o poder político e econômico com o autoritarismo propiciaram as condições para que os políticos que chegaram naquela época ao poder na Baixada alcançassem seus objetivos.

 

Resistência em Magé

 

O terceiro orador da noite foi o professor Felipe Augusto dos Santos Ribeiro, autor do trabalho “1964 em Magé: memória e ação política dos trabalhadores durante a repressão”. Doutor em História, Política e Bens Culturais do Centro de Pesquisa e Documentação (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, ele destacou a emoção de desenvolver pesquisas sobre esse assunto, principalmente por ter nascido em Magé e pelo fato de envolver personagens de sua família e amigos. Um dado importante destacado em sua fala foi a passeata de trabalhadores ocorrida naquele município em 1º de abril de 1964 (dia em que o golpe foi desfechado), em apoio ao ex-presidente deposto, João Goulart. Segundo o professor, o prefeito da cidade à época enviou um telegrama de solidariedade a Jango, e o protesto em repúdio ao golpe militar ganhou as ruas de Magé naquele mesmo dia.

 

O autor considera que tudo isso só foi possível vir à tona graças ao acesso a diversos materiais, como o acervo do projeto “Brasil Nunca Mais”; documentos inéditos do Serviço Nacional de Informações (SNI), hoje disponíveis no Arquivo Nacional em função do trabalho da Comissão Nacional da Verdade; além de entrevistas com antigos trabalhadores da cidade de Magé.

 

A pesquisa revelou que, logo após o golpe, houve uma verdadeira caça às bruxas, com diversos locais do Rio de Janeiro servindo como presídio político da ditadura, como estádios de futebol em Macaé e Niterói (o Caio Martins), a Ilha das Flores e a Ilha Grande. Há relatos de trabalhadores que foram alvo de prisão dentro de fábricas em Magé, sendo literalmente arrastados pela polícia para prestar depoimento em delegacias. O professor Felipe conta que tais informações foram descobertas por ele em suas pesquisas em documentos da polícia política (DOPS) e no Projeto “Brasil Nunca Mais”, além de diversos registros de falas e declarações de ex-presos políticos e trabalhadores de Magé.

 

Um dado importante ressaltado pelo pesquisador foi a descoberta desse vasto acervo pós-64, que se relaciona em grande parte à luta dos trabalhadores têxteis e rurais de Magé, na resistência ao golpe militar que jogou o país numa feroz ditadura. O período de sua pesquisa abarcou as décadas de 50 a 70.

 

Comunistas na Baixada

 

A última apresentação da noite foi da professora Adriana Maria Ribeiro, mestre e doutoranda em História pela UFRRJ. Seu artigo foi a reprodução de uma entrevista realizada com o militante da Ala Vermelha (dissidência revolucionária do Partido Comunista do Brasil – PCdoB), João Pedro de Souza Neto, que residiu na Baixada e teve atuação destacada na militância de esquerda naquela época de resistência à ditadura militar.

 

Sobre esse tema, a professora Adriana contou que entrevistou alguns párocos progressistas muito ligados ao bispo de Nova Iguaçu, e todos eles desconheciam a eventual presença de militantes comunistas clandestinos e revolucionários nas organizações comunitárias da região. Ela acredita ser provável que isso tenha chegado ao conhecimento de Dom Adriano, mas não há um reconhecimento oficial.

 

A autora considera que seu trabalho pode ser considerado um resgate da história da resistência popular da região, não só contra a ditadura, mas também contra a opressão do sistema capitalista. Ela é de opinião que sua pesquisa lança luzes sobre uma temática por muito tempo encoberta e desconhecida do grande público, segundo a qual houve por aqui uma forte resistência ao sistema político e ao regime militar, uma luta por melhores condições de vida para os trabalhadores da Baixada, com o apoio do clero progressista atuante nesses locais.

 

João Pedro de Souza Neto foi militante político de esquerda desde a década de 1960, e um dos principais articuladores da criação do Partido dos Trabalhadores (PT). Começou atuando no movimento estudantil, formou-se em Odontologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ingressando mais tarde na luta armada, compondo as fileiras do Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), em resposta ao golpe militar de 1964. Depois de preso em novembro de 1969, foi levado ao Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), sede do Batalhão de Guardas da Polícia do Exército, onde foi torturado por cinco dias, sendo solto por falta de provas. João Pedro foi acusado de sequestrar o avião Caravele, da antiga empresa Cruzeiro do Sul, ocorrido em outubro de 69. No início de 70, retomou a militância depois de passar um período em sua cidade natal, Campo Grande (MS). Foi para a Ala Vermelha (dissidência do PCdoB) em 1974. Três anos depois, por orientação da organização a que pertencia, transferiu-se da zona sul carioca para o bairro do Éden, em São João de Meriti. O objetivo era sua inserção política no movimento de bairros, que vivia o seu apogeu em matéria de mobilização popular.

 

Por Ricardo Portugal (Assessoria de Imprensa do IM/UFRRJ)

 

Arte (sobre capa original do livro): José Adriano Jr. (bolsista da Coordenadoria de Comunicação Social da UFRRJ)


Postado em 30/01/2017 - 16:34 -

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