Representantes dos movimentos agroecológicos marcaram presença no II Seminário Nacional de Educação em Agroecologia (II SNEA) : resistência e lutas pela democracia. O seminário contou com a presença de membros da comunidade agrônoma, acadêmicos e alunos do Colégio Técnico da Universidade Rural (CTUR). A abertura ocorreu na manhã do dia 25 de outubro, no auditório Gustavo Dutra. As demais atividades ocorreram no CTUR.
O evento teve início com mostras culturais de alunos do CTUR. A banda Junto Vamos se apresentou com música cuja letra dizia “eu quero é educação, eu quero é transformação”. Logo em seguida, o grupo Diversidarte, também organizado pelos alunos, fez uma performance sobre a atual situação política do país. Tião Farinhada também fez sua apresentação cultural, chamando o público para participar.
Na visão da docente da UFRRJ Cristiane Amâncio, o congresso é um espaço para problematizar a educação em Agroecologia na educação formal, mas que está para além da sala de aula.
– Esse segundo seminário pretende sistematizar os progressos em agroecologia. Com o momento atual, achamos importante que o evento chamasse atenção para as resistências que existem para a construção da agroecologia no processo educativo e retratasse as lutas pela democracia nos lugares enquanto identidades, que possam visibilizar as lutas.
Irene Cardoso, presidente da ABA (Associação Brasileira de Agroecologia), assistiu atentamente aos alunos no palco antes de participar da mesa de abertura. A presidente formou a mesa junto com a reitora Ana Dantas, a docente Cristiane Amâncio, Ana Garofolo (Embrapa Agroecologia), Ricardo Crivano (diretor do Ctur), Paulo Petersen (ANA – Articulação Nacional de Agroecologia) e Gereissat Rodrigues (SEAD– Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário) e Claudemar Mattos (AARJ –Articulação Agroecológica do Rio de Janeiro).
Durante o discurso, Irene preferiu ressaltar as conquistas na área da Agroecologia e aproveitou para divulgar a revista AGRICULTURAS. A presidente também explicou sobre o sistema de agricultura atual e suas perspectivas.
– Os nossos sistemas agroalimentares deixaram de ser de parceria com a natureza e passaram a ser de parceria com as grandes empresas que produzem os insumos, que são os agrotóxicos, os adubos químicos. Nós precisamos que os consumidores entendam que esses venenos atingem a saúde do planeta, que inclui os animais, nós, as águas, as árvores e o solo. Nós queremos que no futuro a parceria com a natureza seja o hegemônico e, para que isso ocorra, precisamos construir e fortalecer essa luta e enfraquecer esse modelo atual venenoso de agricultura.
O CTUR teve a responsabilidade de mostrar as questões agroecológicas no curso. O diretor Ricardo contou emocionado sobre o começo do curso de Agropecuária Orgânica e ressaltou os desafios da mudança. Os estudantes do CTUR também tiveram a oportunidade de perceber questões sobre o curso. O aluno de Meio Ambiente do CTUR, Wendel Ribeiro, vê no seminário novas questões para os alunos.
– Além de reforçar o conteúdo que tem no meu curso, nós vemos coisas que envolvem a Agroecologia no geral, propostas para entender a Agroecologia no meio ambiental e social, coisa que a gente não vê muito na escola – conclui.
Por Nathália Barros/estagiária CCS