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Debate sobre a violência contra a mulher inicia a agenda de 2016-2 do “Me avisa quando chegar”
I Jornada em Combate à Violência Contra a Mulher contou com a participação de Maria Clara Bubna e Eloísa Samy (Fotos: Ana Beatriz Paiva/ Assessoria Prograd)
O movimento “Me avisa quando chegar” realizou ontem (28), em parceria com a estudante de Direito da Uerj Maria Clara Bubna, a I Jornada em Combate à Violência Contra a Mulher na UFRRJ. O evento, que começou às 15h no Auditório Gustavo Dutra, faz parte de um projeto de Maria que visa ir a diversos espaços de consciência coletiva. No mesmo dia, a estudante junto à advogada Eloisa Samy, conhecida militante e ativista feminista estiveram presentes no Jacarezinho abordando a mesma temática.
O movimento de mulheres "Me avisa quando chegar" esteve a frente da organização do evento (Fotos: Ana Beatriz Paiva/ Assessoria Prograd)
A frente da organização do evento estava a estudante do 4° período de Direito da UFRRJ Fernanda da Silva. Ela acredita que a presença desses espaços para a construção da sociedade e da comunidade universitária é de suma importância. A ideia do evento na Rural surgiu após Fernanda ver uma publicação de Maria Bubna no Facebook onde mostrava o interesse de levar ao espaço uma ideia de conscientização jurídica dos direitos da mulher. Fernanda pretende repetir a Jornada outras vezes na Universidade.
A primeira a falar foi Eloisa, a advogada iniciou sua fala expondo o início da violência de gênero na vida da mulher, ela também introduziu aspectos práticos da Lei Maria da Penha e do feminicídio. Para a advogada, é muito preocupante que não haja uma criminalização específica a esse tipo de crime. Ela também acredita ser importante que só mulheres tratem com outras mulheres vítimas de violência:
A advogada Eloisa Samy abordou questões do feminicídio, preconceito e violência contra mulher na sociedade (Foto: Ana Beatriz Paiva/ Assessoria Prograd)
“O trato com as vítimas mulheres deveria ser feito só por mulheres. Porque os homens são intimidadores ou superprotetores, passando muitas vezes à agressão dos criminosos em suas abordagens, o que também não é o correto.”
Já Maria Bubna contou que, para ela, a violência começa no trato de um mundo masculino, onde a mulher é sempre tida num plano secundário, inferior e nunca como a protagonista da sociedade e sua linguagem. A estudante, que tem grande admiração pela luta das mulheres ruralinas, pretende estar sempre presente pelo câmpus:
“Vocês são muito fortes. Dão a cara a tapa e não desistem, mesmo no meio de tantas coisas que as puxam pra baixo. Vocês sobrevivem!”
A estudante é estagiária da Defensoria Pública do estado e trabalha com a defesa dos réus de violência contra a mulher.
“Eu precisava conhecer o sistema por dentro, entender como se defende um agressor”, contou.
Segundo ela, houve um aumento de mais de 100% das denúncias sobre violência contra a mulher depois da implementação da lei Maria da Penha. Uma lei minuciosa, clara e de fácil interpretação.
O evento entrou noite adentro no Gustavão onde os presentes e as convidadas continuaram a debater a temática.