A Universidade Rural receberá, entre 30 de maio e 3 de junho, a visita do professor Kirk J. Fitzhugh, do Museu de História Natural de Los Angeles, Estados Unidos. Fitzhugh ministrará um curso de Filosofia da Sistemática para alunos do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal (PPGBA/UFRRJ), com presença de estudantes de outras universidades.
A visita do professor foi viabilizada pelo PPGBA e pelos professores Ana Claudia dos Santos Brasil e Helio Ricardo da Silva. Os docentes da Rural já fizeram o curso e aproveitaram a visita do professor à Universidade de São Paulo (USP) para convidá-lo para uma curta temporada na UFRRJ.
O curso ocorrerá em um dos auditórios do PPGEA (próximo ao Instituto de Agronomia), das 9h às 17h, sendo ministrado em inglês. Há espaço para ouvintes e alunos de pós-graduação interessados no tema (para os quais a participação poderá ser transformada em créditos).
Mais informações com Vinícius Miranda: vrmiranda@ig.com.br
Kirk J. Fitzhugh é curador do Museu de História Natural de Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos, desde 1990. Suas pesquisas têm foco em sistemática de poliquetas (um grupo de
anelídeos marinhos, parentes das minhocas) e nos fundamentos filosóficos da Teoria da Evolução.
Suas pesquisas nos últimos anos têm enfocado as bases inferenciais da Sistemática Biológica (parte de pesquisa histórica da Biologia que procura estabelecer, com base na Biologia Comparada, as relações de parentesco entre organismos vivos). Muito da ênfase do seus estudos tem se concentrado em fazer desaparecer o mito popular, comum entre sistematas profissionais, que os métodos utilizados para inferir hipóteses estão fundamentados na visão de ciência apresentada pelo filósofo Karl R. Popper. A influência de Popper sobre a Ciência do século XX esteve centrada nas noções de teste, que são frequente e incorretamente nomeadas como “Métodos hipotético dedutivo.”
Fitzhugh lamenta que a adoção do “método hipotético dedutivo” fez com que diversos cientistas desenvolvessem a visão de que apenas uma “lógica de justificação” exista, na qual o único componente da ciência que vale a pena ser considerado seja o teste de teorias e hipóteses através da dedução de consequências observáveis. Essa abordagem deixou virtualmente intocada qualquer consideração sobre a “lógica da descoberta”, ou seja, as práticas inferenciais aplicadas a todos os campos da ciência para o desenvolvimento de teorias e hipóteses.