Já dizia o filósofo Heráclito: “Tudo o que existe está em constante mudança ou transformação”. Nada é estático, a evolução é algo natural. Por vezes, é preciso adaptar-se ao novo, a novas demandas. Esse panorama não está muito distante do que acontece no ambiente acadêmico. Os procedimentos mudaram e os métodos arcaicos e analógicos perderam força. A tecnologia propiciou essa conversão. Fazia-se necessário integrar os processos dispersos e conectar os diferentes setores da Universidade. Adotar um Sistema Integrado de Gestão (SIG) era imprescindível. E assim foi feito. Durante oito anos, o projeto foi desenvolvido visando à melhoria do trabalho no câmpus.
No dia 23 de março, ocorreu um encontro motivacional com servidores do setor de Recursos Humanos (RH), para apresentar os benefícios desta implantação. Estiveram presentes o vice-reitor, Eduardo Callado, pró-reitores, representantes da Coordenadoria de Tecnologia de Informação e Comunicação (Cotic) e servidores do Departamento de Pessoal (DP).
Foi constatado que a Universidade Rural precisava de um sistema que ligasse os setores e os níveis dentro da unidade de ensino. E que fazer uma tarefa em um setor e ter que realizá-la de novo, pelo fato de não haver comunicação, não fazia mais sentido. Era preciso um sistema que fosse online e que todos tivessem acesso. A Administração Central reconheceu esse retrocesso e começou uma pesquisa sobre qual novo sistema adotaria. Decidiu-se, então, firmar um acordo de cooperação com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
– Costumamos dizer que a UFRN é uma Universidade irmã. Ela funciona muito próxima da estrutura da Rural. Em 2013, nós formalizamos o convênio para transferência de tecnologia e auxílio na implantação. É um contrato de cooperação, onde a UFRN disponibiliza suas ferramentas e interfaces e a gente, em contrapartida, ajuda a mantê-las, a melhorar e incluir novas funcionalidades – comentou Marlúcio Barbosa, coordenador de implantação do sistema.
Os responsáveis pelo projeto sabem que essa mudança de comportamento e de modo de trabalho vai causar impacto na vida dos servidores. Por isso, eles vêm organizando palestras, como a do dia 23, em que os discursos giraram em torno de incentivos e apontamentos sobre os benefícios do sistema. Assim, a palavra-chave do evento foi motivação. Reconhecendo que “tudo o que é novo assusta”, os palestrantes afirmaram que a aversão é momentânea e que essa mudança é um marco histórico.
– O que as pessoas precisam entender dessa mudança é que ela veio para melhorar a vida das comunidades inseridas na Universidade, melhorando processos, reduzindo retrabalhos dentro dos setores e, principalmente, unificando os processos administrativos da instituição que, hoje, não se conversam pela falta de sistema integrado. O SIG causa um impacto, dá trabalho no ponto de vista técnico. No entanto, vai trazer grandes benefícios para a Universidade – afirmou Fábio Cardozo, coordenador da Cotic.
Nova forma de trabalho
O SIG é um sistema adotado em mais de 40 universidades pelo Brasil, que usam a mesma plataforma e adaptam a suas necessidades locais. No Rio, a UFRJ já utiliza. As estatísticas apontam para seus pontos positivos. Não há retrabalho (as pessoas não precisam executar a mesma tarefa em dois sistemas diferentes porque não há comunicação entre eles), é centralizado, produz-se mais em menos tempo, os processos da Universidade são unificados e se produzem dados de maneira rápida e segura.
Essa mudança, contudo, deveria ser completa e atingir a comunidade universitária em todos os seus níveis, desde o técnico ao aluno. Todos deveriam ser atingidos direta ou indiretamente. O SIG, portanto, foi dividido em três grandes frentes: SIGRH (Sistema Integrado de Gestão em Recursos Humanos); SIPAC (Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos); e SIGAA (Sistema Integrado de Gestão na Atividade Acadêmica).
– Estamos atacando, simultaneamente, essas três frentes. Um módulo de cada sistema. No caso do RH, o primeiro é o cadastro, um módulo estruturante onde está toda vida do servidor, seja ele técnico ou docente. Esse cadastro é feito pelo DP e o servidor, depois, faz o autocadastro para confirmar seus dados. Serão gerados um login e uma senha. A partir daí, ele passa a acessar o sistema online. Parte dessa migração já foi realizada e faltam apenas pequenos detalhes. No SIPAC estamos implantando o módulo de protocolo e no SIGAA, o módulo técnico, voltado para o Colégio Técnico (CTUR) – explicou Barbosa.
Não há um prazo exato para que o sistema esteja completamente estabelecido. Tendo em vista que nenhum sistema é fechado em si, o SIG é um ciclo. No entanto, a expectativa é que, a partir de 5 de maio, os servidores do DP já estejam fazendo uso do mesmo, após passarem pelos treinamentos e incubação, a que os outros setores também terão direito. Para mais informações e possíveis dúvidas, ligue para 2681-4636 (Cotic).
Por Bruna Somma, CCS/UFRRJ