Dois ex-servidores da UFRRJ foram homenageados em agosto por conta de seu trabalho e dedicação à Universidade. Bertolino Cândido, que completara 100 anos de idade em 4 de agosto, recebeu a medalha comemorativa do centenário da Rural. Bertolino, que trabalhou no Restaurante Universitário durante 24 anos, faleceu dias depois. Outro homenageado do mês foi o engenheiro florestal Dalson Wiliam Chain, que dedicou 33 anos da vida à UFRRJ. Falecido em 2016, Chain completaria 60 anos no dia 21 de agosto.
Por Miriam Braz (CCS/UFRRJ), texto e fotografias (*)
É com pesar que a UFRRJ registra, em 21 de agosto, o falecimento do servidor aposentado Bertolino Cândido da Rocha. O servidor, que trabalhou 24 anos no Restaurante Universitário, havia acabado de completar 100 anos no dia 4.
Em 3 de agosto, a Rural homenageou Bertolino com uma medalha comemorativa do centenário da instituição. Ele foi agraciado pelo vice-reitor, Luis Carlos de Oliveira Lima, que o parabenizou pelos relevantes serviços prestados à Universidade e por sua longevidade.
Bertolino, que começou a trabalhar na UFRRJ em 19 de junho de 1962 como mestre de edificação e infraestrutura, e se aposentou em 24 de junho de 1986, também foi elogiado pelo pró-reitor adjunto de Assuntos Administrativos, Marcelo da Cunha Sales, por ter exercido suas atividades com presteza, responsabilidade e dedicação.
A diretora do Departamento de Pessoal da Universidade, Iguaciara do Nascimento Santos, também enalteceu a conduta do servidor e sua saúde. Ao expressar sua gratidão pela homenagem, Bertolino Cândido da Rocha, muito emocionado, agradeceu a Deus pela dádiva de completar um século e à UFRRJ pelo carinho e reconhecimento.
Nascido em Bom Jesus da Lapa, na Bahia, em 4 de agosto de 1918, Bertolino era casado com Bertolina da Rocha, há 68 anos, com que teve 11 filhos. Muitos nasceram na antiga Enfermaria da Rural. Dois deles trabalham na instituição e três conseguiram concluir a graduação e pós-graduação. A homenagem contou ainda com a presença de familiares, amigos e do pró-reitor adjunto de Assuntos Financeiros, Nilson Brito de Carvalho.
No último dia 21 de agosto, quando completaria 60 anos de idade, o engenheiro florestal Dalson Wiliam Chain foi homenageado pelos 33 anos dedicados à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e à preservação do meio ambiente. A homenagem, organizada pela secretária do Instituto de Florestas, a servidora Cleide Souza, contou com o descerramento de uma placa e o plantio da primeira muda de cedro do Líbano da UFRRJ, no acesso à Serraria do Instituto. Por ser uma árvore forte, majestosa, com raízes profundas e que pode viver até mil anos lembra a passagem do homenageado pela Rural e sua origem árabe, garante a organizadora. O engenheiro faleceu em 2016.
Procedente de São Paulo, Chain chegou à Rural em 1978, com 20 anos, para fazer a graduação e nunca mais foi embora. Formou-se em 1982. No ano seguinte foi contratado para o serviço público. Atuou em vários projetos pioneiros, dirigiu por oito anos a Coordenadoria de Planejamento e entre outras atividades assessorou a Revista Floresta e Ambiente e a direção do Instituto de Florestas até sua morte.
Durante o período de 2005 a 2010 foi cedido ao Ministério do Meio Ambiente para chefiar a Floresta Nacional Mário Xavier (Flona), em Seropédica. Ficou muito conhecido na época por ter insistido no desvio do trajeto original do Arco Metropolitano e construção de um viaduto para a preservação da perereca em extinção Physalaemus soaresi. O viaduto também evitou a destruição de 60 sítios arqueológicos encontrados próximos ao local.
Durante a homenagem, várias pessoas lembraram com carinho de Chain. Segundo o professor aposentado Tokitika Morokawa, o primeiro trabalho de Chain como engenheiro florestal foi na década de 80 no Projeto de Levantamento das Indústrias Madeireiras do Brasil, realizado pelo Instituto de Florestas. Também trabalhou no Sistema Interativo de Tratamento de Imagem (SITIM), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos, SP. O sistema, pioneiro no Brasil, usava um computador PC286 de 256 Kbytes à época era a tecnologia mais avançada em computador.
O diretor do Instituto de Florestas, João Vicente de Figueiredo Latorraca e o professor Azarias Machado de Andrade também lembraram dos trabalhos de Chain e convivência. Colegas elogiaram sua retidão, honestidade, dedicação e carinho com todos. Muito emocionado, o filho Caio Peixoto Chain, descerrou a placa e leu a homenagem. Ao falar do pai, Caio que recentemente foi contratado pela UFRRJ como professor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), agradeceu a homenagem em nome de sua avó Maria Aparecida G. Chain e da irmã Sarah Peixoto Chain.
(*) Exceto a fotografia de Chain, pertencente a acervo da família